Por: redação, Porto Alegre, RS.
Está em curso no país um tremendo processo de criminalização das organizações políticas de esquerda, dos ativistas e dos movimentos sociais. Para bloquear a organização e a luta dos trabalhadores contra a retirada de direitos no Brasil, o governo Temer e seus aliados nos estados, seus capangas do congresso nacional e lacaios do judiciário atuam para perseguir politicamente os militantes de esquerda.
É isso que explica em primeiro lugar a prisão de Rafael Braga, o genocídio da população negra da periferia e os massacres do campo como a execução de 10 trabalhadores sem terra em PauD’arco no Pará. Mas também o processo contra os seis ativistas do Bloco de Lutas de Porto Alegre (RS), a demissão do bancário Juary Chagas em Natal (RN) e dos operário da GM de São José dos Campos (SP), as dezenas de prisões sofridas pelo MTST (inclusive de seu principal coordenador Guilherme Boulos) no país, e agora a perseguição aos militantes da Federação Anarquista Gaúcha (FAG). Vale lembrar que é um processo internacional: recentemente foi encontrado na Argentina o corpo do estudante e ativistas dos movimentos sociais Santiago Maldonado, sequestrado e assassinado pela polícia argentina este ano.
Nesta quarta-feira (25/10) uma operação policial contra sedes e locais anarquistas de Porto Alegre tenta vincular a FAG e outros grupos anarquistas à uma série de crimes como ataques contra viaturas policiais, bancos, concessionárias de veículos, delegacias e sedes de partidos políticos. É na verdade mais um capítulo de uma perseguição política sistemática que os movimentos sociais e a própria FAG sofrem em Porto Alegre. Essa perseguição tem um triplo objetivo: em primeiro lugar tentar destruir a própria organização com possíveis condenações e prisões, fazendo com que a partir de agora girem seus esforços para se defender dessa injusta acusação. Em segundo lugar “causar danos ideológicos”: querem dizer que todo anarquista, que todo militante dos movimentos sociais é baderneiro e criminoso. E em terceiro lugar querem mandar um recado ao conjunto da esquerda: se não se adaptarem ao regime “democrático” burguês, estão fora da “democracia” e merecem retaliação, exclusão e perseguição.
Nós do Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS) nos solidarizamos com os camaradas da FAG. A luta contra a perseguição aos movimentos sociais é nossa também e nos colocamos à disposição para eventuais ações de protesto contra mais esta perseguição política. Ombro a ombro nesse difícil momento camaradas!
Leia na íntegra a nota da Federação Anarquista Gaúcha (FAG):
Trata-se de mais um FACTOIDE que pretende criar um espantalho, um bode expiatório, para criminalizar e reprimir o conjunto dos movimentos sociais e da esquerda não-eleitoral e em específico a nossa ideologia. Em uma conjuntura de retirada de direitos, de ajuste fiscal, de intensificação da exploração e da dominação sobre o conjunto das classes oprimidas, a mão pesada da criminalização contra os e as anarquistas entra em cena.
Ainda não tivemos nosso local público invadido, mas acreditamos que pode ser só questão de tempo. Alertamos o conjunto dos e das lutadoras sociais sobre isso e sobre a necessidade de SOLIDARIEDADE a todos e todas que lutam!
NÃO SE INTIMIDAR! CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS QUE LUTAM! RESISTÊNCIA E SOLIDARIEDADE!
Federação Anarquista Gaúcha – FAG 25 de Outubro de 2017
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