Por: Carol Burgos, de Sumaré, SP
Em um momento de golpe e ataques aos direitos, se reúnem, em Sumaré, São Paulo, de 12 a 15 de outubro, centenas de trabalhadores, movimentos popular, de opressões e jovens de todas as regiões do país, no 3º Congresso da CSP-Conlutas, central sindical e popular. Serão quatro dias de debates para discutir os rumos da entidade e como fortalecer e organizar os enfrentamentos do próximo período.
As atividades da quinta-feira, primeiro dia de congresso, iniciaram com apresentação cultural em clima de protesto. Em seguida, aconteceram saudações de centrais sindicais, como a CGTB, Intersindical, central sindical Solidaires, da França, da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas, além de organizações e partidos de esquerda, como o PSOL, PCB e PSTU, Pastoral Operária, da Secretaria Executiva Nacional da entidade e do sindicato dos trabalhadores da construção civil de Belém, do Andes-SN e do movimento Luta Popular. “É preciso unir os campos progressistas e unificar a luta contra o governo. Também precisamos ter um programa que supere o projeto de conciliação de classes e combata o avanço da direita e também reverter o fracionamento do movimento sindical combativo”, defendeu o presidente do PSOl Luiz Araújo. A votação do regimento finalizou as atividades da manhã.
À tarde, aconteceram as apresentações e defesas de propostas de contribuição ao congresso. Diferentes opiniões sobre a conjuntura foram apresentadas. Temas como a necessidade da unidade dos trabalhadores, impeachment da Dilma, papel do governo Temer, peso da extrema-direita e da direita no país, greves, retirada de direitos e mobilização dos trabalhadores foram abordados nas intervenções. Representando a tese Somos tod@s CSP-Conlutas, a bancária Juliana Donato e o diretor do Sinasefe David Lobão reivindicaram a construção unitária como fundamental para a resistência dos trabalhadores no atual momento de retrocessos em que vive o país, como a greve geral do dia 28 de abril e a marcha a Brasília de 24 de maio.
“O congresso da CSP-Conlutas acontece em um momento muito difícil para a classe trabalhadora. Nós tivemos em 2016 um golpe parlamentar orquestrado pela burguesia e apoiado em mobilizações de rua da classe média que tiveram como grande objetivo aprofundar de forma brutal os ataques contra a nossa classe. Infelizmente, esse projeto vem tendo sucesso a partir de cada medida concreta que foi aprovada no Congresso Nacional, como a PEC do Teto dos Gastos, Reforma do Ensino Médio, Lei da Terceirização e a gravíssima Reforma Trabalhista. Mas, se é verdade que os ataques foram muito grandes, é verdade que houve resistência. O ponto alto foi a grande greve geral do dia 28 de abril. E a CSP-Conlutas teve um papel protagonista, porque esteve à frente do chamado da unidade das centrais. E foi essa unidade que deu a segurança necessária para que nossa classe fizesse essa greve”, lembrou Juliana, que ainda argumentou sobre a necessidade de unificar a resistência com todos os lutadores do país que também não estão presentes no congresso, como os membros da Ocupação Povo Sem Medo, do MSTS, em São Bernardo do Campo.
O segundo dia do congresso iniciou com apresentação e saudação da delegação internacional. Solidariedade à Catalunha, à busca por Santiago Maldonado, processos de luta, entre outros temas foram apresentados por representantes de outros países. Costa Rica, Itália, Portugal, Haiti, Palestina, Argentina, entre outros estavam presentes.
Ainda pela manhã, os congressistas se dividiram em grupos de trabalho com os temas resoluções de conjuntura nacional, internacional e plano de ação. À tarde, está previsto para ocorrer um painel sobre os 100 Anos da Revolução Russa com exposição dos vídeos de saudação de Wendy Goldmann e Esteban Volkov e debate com Martin Hernandez, Kevin Murphy, Wanderson, Fábio de Melo e Valério Arcary.
Confira a programação das atividades dos próximos dias, abaixo:
14h30 – Término do credenciamento e apresentação cultural
15h – Plenária deliberativa sobre Conjuntura Nacional, Internacional e Plano de Ação
17h – Reuniões dos Setoriais
21h – Atividade cultural oficial do Congresso
Sábado – Dia 14 de outubro de 2017
10h – Painel: 11 Anos da CSP-Conlutas e os desafios para o fortalecimento da Central na construção de uma alternativa classista, sindical e popular – (4 falas organizadas pela SEN) – 15 minutos cada
11h30 – Painel: Luta contra as opressões e juventude – Delegados (as) do Quilombo Brasil, MML, ANEL, Juntos, LGBT – 10 minutos para cada
15h – Painel: Movimento Operário, Sindical, Movimento Popular e Luta por Territórios – Delegados (as) do Moquibom, Luta Popular, Nós da Sul, SOS-Emprego, Seringueiros, Assalariados Rurais, Operário, Funcionalismo público – 10 minutos para cada.
17h – Grupo de trabalho sobre reorganização e estatuto: “Os desafios para o fortalecimento da Central na construção de uma alternativa classista, sindical e popular para o movimento de massa no Brasil”, bem como sobre outras propostas de resolução apresentadas ao Congresso
21h – Atividade Cultural
Domingo – Dia 15 de outubro de 2017
9h – Assembleia Estatutária
10h – Direção
11h – Plenária deliberativa final e moções
13h – Sessão de encerramento
14h – Almoço e término do 3° Congresso
15h – Painel: Apresentação e defesa das propostas de contribuição globais ao 3° Congresso
17h – Grupos de Trabalho: Resoluções de Conjuntura Nacional, Internacional e Plano de ação
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