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MOVIMENTO

Greve dos educadores gaúchos continua e passa dos 35 dias

Por: Altemir Cozer, de Porto Alegre, RS

Esta terça-feira (10), em Porto Alegre, foi marcada pela unidade das várias categorias em greve, do estado do Rio Grande do Sul e da capital. Desde as 8h, centenas de ativistas atenderam ao chamado das centrais sindicais e marcaram presença no Largo em frente ao prédio da Prefeitura, no Centro histórico da cidade. Estavam os municipários, que estão em greve há seis dias e os trabalhadores em educação da rede pública estadual em greve há 35 dias. Também, os demais servidores públicos estaduais de outros órgãos, que estão com os salários atrasados e parcelados há mais de 21 meses. Os trabalhadores da Procergs, empresa estadual de informática, que estão em greve há 5 dias, também compareceram com uma delegação.

Depois do ato unitário, as várias categorias fizeram suas próprias caminhadas e manifestações para voltar a se encontrar mais tarde, na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual. Na caminha do CPERS, Sindicato da Secretaria de Educação, até o Piratini, se somaram centenas de trabalhadores da Procergs que, em unidade, marcharam juntos para exigir do mesmo patrão, o Sr.Governador José Ivo Sartori (PMDB), o atendimento às reivindicações.

A dirigente do SINDIPPD-RS, Vera Guasso, falou pelos trabalhadores em greve da Procergs, em duas ocasiões. Destacou a importância da unidade dos que estão em greve e a necessidade de resistir aos ataques sincronizados em todas as esferas do poder público, o que chamou de alinhamento do mal entre Temer, Sartori e Machezan. Lembrou a greve dos trabalhadores dos Correios que, apesar de difícil, encerrou com uma importante vitória. No marco da resistência, pôde-se vencer.

O Governo do Estado fez uma mesa de negociação com o comando de greve dos educadores, mas não apresentou nenhuma novidade e apenas fez apelo para a sensibilidade dos grevistas para que voltem ao trabalho.

A presidente do CPERS/Sindicato Helenir Aguiar, ao dar o informe no caminhão do som, lembrou que o governador não teve sensibilidade alguma quando fez a tentativa de corte do salário, quando ameaçou demitir os contratados grevistas e quando não paga o salário e cumpre os mínimos direitos. Lembrou, também, que com sensibilidade não se paga aluguel, água, luz e demais despesas.

Ao informar que a greve continua, a presidente também disse que vamos incendiar o Estado na próxima semana, com uma forte agenda de mobilização em todos os lugares, e com mais destaque para os lugares em que o governador estiver com sua agenda.

Os milhares na Praça da Matriz voltam pra suas cidades e regiões com a certeza de que é preciso manter e fortalecer o apoio da comunidade, ampliar o calendário de mobilização para exigir uma negociação para valer e arrancar garantias mínimas.