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BRASIL

Todo apoio e solidariedade à greve dos Trabalhadores dos Correios

Dia 3 de outubro, próxima terça-feira, é dia de luta contra as privatizações de Temer

Por André Freire, Colunista do Esquerda Online

Os trabalhadores dos Correios estão em greve em todo o país. O justo movimento desta importante categoria já chegou em 26 Estados e no Distrito Federal. Ele unifica os Sindicatos da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), que saíram primeiro em greve, e os Sindicatos ligados a Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios), como os do Rio de Janeiro e São Paulo, que entraram depois no movimento.

Esta heroica greve luta contra a retirada de direitos dos trabalhadores e contra a privatização da Empresa, além do reajuste de salários (8%) e benefícios. Marca um primeiro grande conflito, numa campanha salarial de uma categoria nacional, que saiu em greve em todo o país (http://www.fentect.org.br/noticia/trabalhadores-resistem-as-ameacas-da-direcao-dos-correios/).

Reflete a dureza da atual conjuntura política, onde os patrões e seus governos tentam se apoiar na aprovação da reforma trabalhista no Congresso Nacional para impor ainda mais ataques a classe trabalhadora.

Foi essa a postura nefasta da atual direção da Empresa, que segue sem negociar de forma séria e sem atender as justas reivindicações destes trabalhadores, mesmo com a sua data-base sendo no dia primeiro de agosto.

Além da luta para manter seus direitos, conquistados depois de muitos anos de luta, estes trabalhadores lutam contra a política do governo ilegítimo de Temer de privatizar a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, um homem totalmente ligado aos interesses do mercado financeiro, já deu várias declarações na imprensa defendendo políticas que avançam na entrega da empresa, rumando para a sua privatização total.

Essa política vem passando centralmente pelo desmonte desta importante Empresa estatal, que já foi uma das melhores do mundo no seu ramo de atuação. Mas, agora, sofre com a redução de pessoal, com sucessivos planos de demissão, ausência de concursos públicos e fechamento de agências para o atendimento a população. Além dos trabalhadores dos Correios, a maioria do povo brasileiro é diretamente prejudicada com todo este sucateamento dos serviços.

Uma Liminar do TST já considerou a greve abusiva, demonstrando o papel anti-trabalhador do Poder Judiciário, reprimindo um justo e legítimo movimento de trabalhadores que só querem defender seus direitos, seus empregos e o patrimônio público nacional.

Entretanto, essa batalha está em curso. E, os trabalhadores dos Correios já demonstraram em outros momentos a força de sua luta, derrotando ataques da empresa e impedindo sua privatização.

Dia 3 de outubro: unir as lutas para derrotar os ataques e apoiar a greve dos Correios

O momento é de unidade para lutar, para ampliar e fortalecer as greves e mobilizações em curso. Em primeiro lugar, unidade de ação deve envolver as duas Federações dos Sindicatos dos Correios, que devem conduzir de forma unitária e democrática essa importante luta, sem disputas de protagonismos.

Mas, não podemos parar aí: as centrais sindicais devem convocar um dia nacional de lutas e mobilizações para não só se solidarizar com os funcionários do Correios em greve como também avançar na luta contra os ataques dos patrões e de Temer, como a famigerada reforma da previdência.

Na próxima terça-feira, haverá um dia de luta contra as privatizações, uma iniciativa realmente muito importante. Estas manifestações estão sendo convocadas pelas entidades sindicais que representam os trabalhadores dos Correios, dos Petroleiros e dos trabalhadores da Cedae, entre outras.

Neste dia, haverá protestos principalmente em Brasília – com uma caravana nacional da greve dos Correios; e no Rio de Janeiro – com atividades durante todo o dia, na porta das empresas como Correios, Cedae e Petrobrás. No Rio de Janeiro, o dia de luta se completa ainda com o início da greve dos Professores da UERJ e uma paralisação dos Profissionais de Educação da Rede Municipal de Ensino.

As atividades do próximo dia 3 são a demonstração de que se por um lado os ataques são cada vez piores, existe ainda disposição de luta para resistir na classe trabalhadora brasileira. O momento é de apostar na mobilização e na unidade, sem nenhuma confiança nas negociações com o Congresso Nacional e o governo ilegítimo de Temer.

A esquerda socialista deve cercar de solidariedade à greve dos trabalhadores dos Correios, como fez o PSOL em nota pública na semana passada (http://www.psol50.org.br/psol-apoia-a-greve-dos-trabalhadores-e-das-trabalhadoras-dos-correios/). Mas, este apoio deve se estender a presença das centrais sindicais, outros sindicatos, dos partidos de esquerda, parlamentares e da militância socialista nas atividades da greve. Este movimento não pode ser encarado com de uma só categoria, é uma greve que deve ser de todos nós.