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EDITORIAL

O Esporte Americano contra Donald Trump

Por: Diogo Xavier, de Recife, PE

A última semana foi de uma forte turbulência nos esportes americanos. O presidente Donald Trump vem sendo alvo de protestos de diversos setores da sociedade. Dessa vez, as críticas mais pesadas estão vindo das maiores ligas de esportes.

A visita de um time campeão à Casa Branca é um protocolo antigo. No entanto, nessa semana o armador do Golden State Warriors, atual campeão da NBA (Liga de Basquete) Stephen Curry, se negou a fazer a visita por ser contrário às decisões de Trump. Curry afirmou “Não apoiamos o nosso Presidente – as coisas que disse e as coisas que ele não disse nos termos corretos, não apoiamos isso. E ao agir e não ir [à Casa Branca], talvez isso inspire algumas mudanças sobre o que toleramos no nosso país, o que é aceitável e aquilo que devemos ignorar”.

Esta declaração gerou revolta no presidente, que comumente se utiliza do seu twitter para despejar todas as grosserias que são presentes nas suas falas. Respondeu ao atleta dizendo que ir à Casa Branca é uma honra para os atletas e já que Curry declinou do convite, estava sendo desconvidado. Após esse anúncio pela rede social, o Golden State disse que aquele era um desconvite para toda equipe e a visita foi cancelada.

Uma reação dura veio por parte de Lebron James, astro do Cleveland Cavaliers, que já ganhou três vezes a NBA. Lebron chamou Trump de vagabundo e defendeu o colega de profissão dizendo que era válido o protesto e nenhum jogador tem a obrigação de fazer a visita. Kobe Bryant, um dos maiores jogadores da história do Los Angeles Lakers, foi outro que se pronunciou através do twitter dizendo que Trump dividia a América e não tinha capacidade de fazer a América grande de novo (Make America Great Again) como foi seu slogan de campanha.

Na sexta-feira, Trump foi ainda mais duro, disse que os jogadores da NFL (Liga de Futebol Americano) que protestassem durante o hino deveriam ser demitidos pelos clube e ainda os chamou de “Filhos da mãe”.

Os protestos durante o hino começaram em agosto de 2016, por conta da morte de um jovem negro pela polícia. O atleta que simbolizou esses protestos foi Colin Kaepernick, que era jogador do San Francisco 49ers e, apesar de já ter conduzido seu time a um Super Bowl, está sem clube nessa temporada. Kaepernick foi alvo de muita perseguição e sofre as consequências de sua militância contra o racismo.

O discurso contra os jogadores da NFL gerou uma onda de protestos na Liga. A rodada deste domingo foi tomada por atos. Os jogadores e o dono do Jacksonville Jaguars ficaram de braços cruzados durante o hino do jogo que foi realizado em Londres.

Os jogadores do Pittsburgh Steelers nem subiram para o campo durante a execução do hino. O gesto, segundo o técnico do time Mike Tomlin, foi em protesto contra a declaração do presidente norte-americano.

Diversas outras ações vieram. Toda essa repercussão pegou muito mal para o presidente e muitos torcedores e atletas, mesmo que não concordando com o ato durante o hino, por acharem que o momento do hino deve ser respeitado, se voltaram contra o Republicano pelo ato de intolerância.

Esta atitude do presidente se contrasta diretamente com sua complacência em relação aos que fizeram uma passeata Nazista em Charlottesville. Quando da passeata, a nota da Casa Branca falava em defesa da Liberdade de Expressão. Pelo visto, existe mais tolerância para Nazistas do que para atletas que lutam contra o Racismo no mandato de Trump.

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