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OPRESSÕES

LGBTS protestam em Alagoas

Por: Hammel Phillipe, de Maceió, AL

Nesta semana, presenciamos mais um ataque aos direitos LGBTs no país: a Justiça Federal do Distrito Federal proferiu decisão liminar que permite que psicólogos possam utilizar tratamento de terapia reversiva para orientações sexuais e identidades de gênero. Em Alagoas, o Afronte, movimento de juventude anticapitalista, se mobilizou na construção de uma marcha nesta segunda-feira, 18 de setembro, junto ao coletivo ‘Stonewall Vive’, para denunciar essas e outras violências existentes no estado e no resto do país.

O Stonewall Vive nasceu a partir da soma de vários coletivos, organizações e militantes independentes que contribuem com a luta por visibilidade política e contra os ataques à população LGBT. O nome faz referência ao acontecimento histórico em Nova York que ocasionou um confronto entre LGBTs e policiais que invadiam e atacavam bares que aceitavam abertamente as pessoas marginalizadas no final da década de 60.

Só neste ano, mais de treze assassinatos foram registrados a pessoas LGBTs no estado de Alagoas. Entre eles, o caso da travesti Carla Viana, assassinada em julho deste ano a golpes de faca por quatro criminosos, tomou repercussão entre os coletivos e organizações, que se revoltaram contra a falta de segurança para a população LGBT.

Na luta por visibilidade dessas pautas políticas, a marcha ainda denunciou a ação de organizações LGBTs que ignoram as violências e os ataques políticos e preferem construir paradas que não apresentam teor de resistência e exigência por mais direitos, limitando-se à glamourização do movimento através de eventos festivos e carnavalescos que se distanciam da realidade da população.

Para exemplificar isso, o Grupo Gay de Alagoas (GGAL), responsável por construir as paradas LGBTs todos os anos na capital, decidiu que o tema da parada de 2017 seria ‘Plataformas de Turismo LGBT’’, um tema voltado para promover empresas de turismo, como agências de viagens, clubes noturnos, cruzeiros e hotéis que capitalizam nossa luta e enriquecem grandes empresários através de eventos voltados para esse público.

Em resposta a isso, a marcha teve o objetivo de apontar a existência de pautas mais importantes, como o assassinato a LGBTs, a falta de acesso de travestis e transexuais à universidade, os estupros corretivos sofridos por mulheres lésbicas e a deslegitimação da bissexualidade como orientação sexual válida, por exemplo.

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