Publicado originalmente em Socialist Worker, em 17/08/2017
lan Maass reúne relatos de ativistas em todo o país, enquanto o horror e a indignação frente à ameaça nazista nas ruas de Charlottesville, na semana passada se transforma em ação
Tradução de Edmilson de Jesus Silva Júnior
O terror mortal dos neo-nazistas em Charlottesville, Virgínia, no fim do fim-de-semana, na concentração do Unite the Right provocou protestos contra a extrema-direita e a solidariedade com as vítimas em Charlottesville, que se espalham de um extremo a outro do país.
A resposta à violência da extrema-direita, que culminou em um ataque de carro, o qual matou uma pessoa e feriu mais de duas dúzias de outros, foi imediata e esmagadora. O grupo liberal Indivisible compilou um mapa que mostra cerca de 700 eventos em solidariedade a Charlottesville organizados nas 24 horas após o assassinato de Heather Heyer.
A luta, agora revigorada, para barrar os fascistas prosseguirá, regional e nacionalmente, nos próximos dias, com uma manifestação contra a extrema-direita em Boston, em 19 de agosto, e outra em Berkeley, dia 27 de agosto.
Mas apenas este precoce derramamento de sangue demonstrou para mostrar a indignação e a raiva de um grande número de pessoas contra os assassinos da extrema-direita e seu simpatizante, ocupante da Casa Branca – e, com isso, uma nova determinação para agir.
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– Na cidade de Nova York, numerosas organizações de esquerda e anti-racistas se reuniram para organizar uma manifestação de última hora no dia 13 de agosto, que atraiu cerca de 800 pessoas na Union Square.
Os palestrantes das organizações enfatizaram que a violência da extrema-direita em Charlottesville não é um incidente isolado, e que os fanáticos veem uma oportunidade de crescimento, inclusive recrutando nas universidades. Os manifestantes detidos faziam a seguinte leitura: “James Fields dirigiu o carro, mas Trump lhe deu as chaves”.
“Esta violência não é nova”, disse um representande do Black Youth Project 100, “mas o que é nova é a construção dessas coalizões à esquerda”.
Jabari Brisport, membro dos Democratic Socialists of America (DSA), que está concorrendo à Câmara de Vereadores da Cidade de Nova York, estava no contra-protesto em Charlottesville. Ele contou como um extremista se aproximou dele e disse: “Você sabe, eu não tenho problema com negros como você, mas são esses judeus que estão prejudicando a todos nós”. Diante de tal ódio e discriminação, “não podemos esquecer que somos maiores do que eles”, disse Brisport.
Ronnie Flores, da International Socialist Organization (ISO), exorta a esquerda a se organizar para ultrapassar e desmobilizar os neonazistas, especialmente nas universidades, onde se mobilizam sob o disfarce da “liberdade de expressão”. “A liberdade de expressão pode protegê-los do Estado”, disse Flores, “mas não os protege dos protestos da esquerda”.
Após os discursos, os manifestantes começaram a marchar até a Trump Tower, na Madison Avenue, cantando “Não aos nazistas, não à KKK, EUA não são fascistas”, entre outros slogans. A polícia tentou bloquear os manifestantes a oeste da Union Square – e do líder da marcha, um ativista da Black Lives Matter falou sobre como os policiais, hoje vigilantes para enfrentar os manifestantes anti-racistas, comportaram-se em Charlottesville, quando os supremacistas brancos atacaram.
– Na Bay Area, as pessoas ficaram nas ruas, horas após o assassinato de Heather Heyer, para mostrar sua solidariedade na luta contra a extrema-direita.
Pelo menos 500 pessoas se reuniram na Praça Latham, em Oakland, incluindo membros dos Black Panthers, Antifa, Black Lives Matter Bay e outras organizações. Um contra-protesto também foi rapidamente convocado pela coalisão ad-hoc , em face do “Não a uma América marxista”, manifestação organizada pela extrema-direita, prevista para o dia 27 de agosto, em Berkeley.
Depois de um período de uma hora, os manifestantes partiram em uma marcha pelas ruas da cidade, acompanhados por um sistema de som portátil com retumbantes músicas que incluíam “FDT” (Fuck Donald Trump) e Billie Holiday cantando “Strange Fruit” sobre linchamentos ocorridos no Sul.
“Sim, todos têm liberdade de expressão, mas, quando tudo se resume a isso e todos começam a ameaçar as pessoas, não é mais direito previsto na Primeira Emenda”, declarou um manifestatnte ao San Francisco Bay View.
– Em Chicago, duas manifestações pediram autorização para o mesmo horário, na tarde de domingo, atraindo centenas de pessoas cada.
No protesto reunido na frente da Trump Tower, Anton Ford, MC do evento, pediu que a multidão lembrasse que: “Precisamos mostrar que somos muitos e eles são poucos. Não podemos confiar em policiais, ou administradores universitários, ou na prefeitura ou mesmo na ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) para nos proteger … Se nós queremos controlar as ruas, precisamos ocupar as ruas. ”
O protesto tinha uma enorme lista de co-patrocinadores, incluindo o Democratic Socialists of America e a International Socialist Organization, ambas as organizações, cujos membros faziam parte do contingente antifascista atacado em Charlottesville.
Jobie, moradora de Chicago, e sua amiga lembraram o poder duradouro das marchas nacionais e movimentos que surgiram do ativismo durante contra a presidência de Trump. “Se não fosse a Marcha das Mulheres”, disse Jobie, “provavelmente não continuaria a fazer isso, mas foi uma experiência muito clara … Temos de nos levantar para que as pessoas possam nos ouvir.”
Falando à multidão, em nome do ISO, Kevin Moore pediu uma frente única:
Vimos que vitórias podem ser obtidas. Foi a frente única que expulsou esses covardes de Charlottesville, ontem. Foi a frente única que surgiu nas revoltas do aeroporto que paralisaram a proibição de entrada de muçulmanos. Foi a frente única que encerrou o discurso de Trump na Universidade de Illinois em Chicago, quando ele nem conseguiu nos enfrentar, porque havia muitos de nós.
– Na área de Washington, D.C., várias centenas de pessoas se reuniram em Alexandria, Virgínia, em solidariedade a Charlottesville. Depois de um discurso de 30 minutos na Market Square, os manifestantes marcharam para a casa do líder neo-nazista Richard Spencer, juntando mais manifestantes ao longo do caminho. As pessoas demonstravam seu apoio aos manifestantes quando estes passaram.
Os discursos falaram não apenas sobre o terror da extrema-direita em Charlottesville, mas também sobre símbolos racistas existentes em Alexandria – não só há monumentos para a Confederação, mas como as ruas têm os nomes dos líderes escravistas do Sul. A antiga mansão de Robert E. Lee, por exemplo, é hoje um memorial com seu nome, localizado no cemitério de Arlington.
Depois da marcharem para a casa de Spencer, a multidão cantou alto durante algum tempo. Aparentemente, Spencer e seus seguidores estavam no local. Suas tentativas de filmar os manifestantes em um telefone celular tornaram a manifestação mais forte.
Depois de marcharem de volta à Praça do Mercado, vários manifestantes foram também participar da vigília do outro lado do rio em Washington, D.C., reunindo-se a uma sombria multidão de milhares que se encontravam em frente à Casa Branca.
Um dos oradores, Eugene Puryear, do Projeto Stop Police Terror DC, disse:”A fronteira da verdadeira luta neste país foi exposta. Algumas pessoas querem arrastar este país ao passado, tornando-o mais racista, mais patriarcal, mais discriminatório e mais desigual, do ponto de vista da renda”.
— Em Seattle, a solidariedade com Charlottesville começou no domingo à tarde, em uma concentração e manifestação anteriormente organizadas de “Solidariedade contra o ódio”, contra uma concentração a favor de Trump preparada pelo movimento Patriot Prayer, o mesmo grupo de direita que se reuniu contra a “lei da sharia”, em junho.
A participação esperada de cerca de 100 anti-racistas aumentou para mais de 1.000, em resposta a Charlottesville.
Os manifestantes tentaram enfrentar diretamente a direita, mas foram contidos pela polícia, que usou spray de pimenta e até mesmo “bombas de pimenta.” Finalmente, os manifestantes anti-racistas foram capazes de cercar a manifestação da direita. Alguns ativistas conseguiram tomar brevemente o microfone na manifestação da direita, fazendo com os racistas que fossem embora.
À noite, as vigílias à luz de velas, em homenagem às vítimas do caos fascista em Charlottesville, ocorreram em todos os lugares. Mais de 200 reuniram-se no Capitólio de Seattle, e grupos menores se juntaram em vários subúrbios, geralmente tranquilos, como Issaquah, Lynwood e Ilha Vashon, bem como em Tacoma.
“Acabei de me mudar de Nova Orleans para me afastar da atmosfera opressiva, mas logo descobri que o racismo é forte em todo os Estados Unidos”, disse um participante. “Nós temos de continuar lutando!”
— Na Filadélfia, um discurso e uma marcha convocados pelos Philly Socialists para a noite do assassinato racista em Charlottesville registrou a presença de 200 pessoas. Uma parte dos manifestantes marchou para a Vine Street Expressway e bloqueou-a por 10 minutos.
No dia seguinte, cerca de 2.000 pessoas participaram de uma vigília, à luz de velas, perto da Prefeitura, convocada pelos organizadores da Marcha das Mulheres. Os oradores convidaram a repelir os supremacistas brancos em todos os lugares que aparecerem.
Centenas de pessoas participaram em outras manifestações próximas, inclusive em West Chester, Pensilvânia e Collingswood, Nova Jersey.
— Em Madison, Wisconsin, uma vigília no prédio do Capitólio do Estado, domingo à noite, atraiu uma multidão de quase 1.500 pessoas de todo o sul do centro de Wisconsin. As pessoas que falaram no evento provinham de uma grande variedade de grupos.
Jon Cole, coordenador de laboratório de soldagem no Madison Area Technical College e membro da American Federation of Teachers, disse que acabou por “assumir uma posição contra o surgimento do nacionalismo branco que está acontecendo neste país. Vejo em seus comícios, que eles estão se sentindo mais confortáveis e eu quero fazer o que puder para tentar parar isso”.
Em nome do grupo local de Madison da ISO, Scot McCullough disse à multidão: “Charlottesville não é tão diferente de Madison, é uma cidade universitária, uma fortaleza liberal … As vítimas desse ataque poderiam ter sido nós … Precisamos de um Movimento de massas, a exemplo do Black Lives Matter, que diz que nenhum ser humano é ilegal, que diz que o aborto livre é necessário, que diz que o acesso à saúde é um direito universal”.
As organizações que construíram o protesto foram a Indivisible Madison, Wisconsin Progressive Alliance, Industrial Workers of the World, Socialist Alternative e a organização anti-racista, Young Gifted and Black.
— Em Atlanta, cerca de 1.000 pessoas vieram para mostrar apoio às vítimas da direita em Charlottesville e para se contrapor ao terror, que as ações da ultra-direita são planejadas para incutir.
A maior ação foi no centro da cidade, com cerca de 400 pessoas se reunindo para falar e marchar para um parque próximo, o qual contém um monumento confederado. A ação foi organizada e liderada por um grupo antifascista local, mas a multidão era muito diversificada politicamente, desde membros da esquerda organizada até pessoas sem experiência ativista.
O clima era sério, mas também desafiador. Nas palavras de um orador: “Não vamos ficar em silêncio, não vamos deixar o medo nos silenciar. Temos que nos organizar para garantir que mais do que simplesmente falar, possamos vencer”.
— Em Portland, Oregon, uma vigília, com discursos de solidariedade a Charlottesville, em 13 de agosto, atraiu cerca de 600 pessoas para as escadarias da Prefeitura. O evento foi organizado pelo Portland Stands United Against Hate, uma coalizão de mais de 70 organizações, formada em junho para se contrapor às supostas manifestações de “liberdade de expressão” dos grupos da supremacia branca, uma semana depois que um racista assassinou duas pessoas e feriu gravemente uma terceira, em um trem de passageiros.
Mais de 40 pessoas falaram. Micah Fletcher, a vítima sobrevivente das facadas no trem, fez uma crítica à ideia de enfrentar o terrorismo da supremacia branca com amor e não violência.
Os oradores pediram unidade e bravura diante do ódio. Uma mulher disse: “Precisamos aparecer mesmo que tenhamos medo”.
Cartazes e discursos lembraram não só a vítima de Charlottesville, Heather Heyer, mas Larnell Bruce Jr., um adolescente do subúrbio de Portland, que foi atropelado em um estacionamento por um membro de um grupo de supremacistas brancos. Bruce morreu no mesmo dia, em decorrência dos ferimentos.
— Em Columbus, Ohio, 500 pessoas marcharam, no dia 13 de agosto, no Ohio Statehouse e se reuniram para uma vigília para mostrar apoio às vítimas atacadas por fascistas em Charlottesville.
Os eventos foram organizados por vários grupos, incluindo as secções locais da DSA e da ISO, com o apoio de outras organizações, como Yes We Can, Columbus Citizens for Police Review, People’s Justice Project, o Ohio Interfaith Immigrant e a Coalição Migrant Justice, entre outros.
As críticas que vinculam a ameaça da violência fascista a outras crises políticas, sociais e econômicas foram feitas com música, que ecoaram esses temas.
Como a membro da ISO, Rachel Reiser, falou à multidão: “A violência da direita está crescendo não apenas por causa desta Administração, mas tem sido uma ideologia que renasceu antes mesmo da eleição de Trump. Afeta a todo o mundo civilizado em um período de crise global “.
Entre os que discursaram, havia anti-racistas de longa data, falaram sobre o racismo sistemático, o complexo industrial prisional, o imperialismo norte-americano, o anti-semitismo e o Estado policial, ao mesmo tempo em que ressaltaram a necessidade urgente de Columbus começar a se organizar para construir uma esquerda que possa lutar contra a direita.
— Em Twin Cities, cerca de mil pessoas se reuniram na chuva, no domingo à noite, para uma vigília à luz de velas, perto do lago Bde Maka Ska, para mostrar que Minneapolis está unida contra o racismo.
No dia seguinte, centenas se concentraram em frente ao escritório do Partido Republicano, de Minnesota. A mensagem que veio dos manifestantes foi clara: o racismo de extrema-direita que vimos em Charlottesville começa nas camadas mais altas da sociedade e precisamos construir um movimento de massas para detê-lo.
Mais tarde, a multidão começou a marchar em direção ao centro da cidade, aumentando de tamanho, à medida que a manifestação atravessava o bairro de Cedar-Riverside, uma área densamente povoada, com uma grande população de imigrantes somalis, as pessoas saíam de seus apartamentos para demonstrar apoio.
No momento em que a marcha chegou ao seu destino – o Hennepin County Public Safety Facility, a principal prisão de Minneapolis – a multidão tinha aumentado para enormemente.
— Em Boston, cerca de 300 pessoas saíram, em poucas horas, para Boston Common para compartilhar seu luto e raiva pelos ataques contra manifestantes anti-racistas, no início do dia, em Charlottesville. O ato, convocado pela Boston Feminist Liberation, consistiu em falas realizadas do coreto da Common.
“Muitos de nós se sentem tão indefesos”, disse uma das organizadoras. “Mas, hoje, as pessoas foram a Charlottesville para enfrentar os que queriam machucá-las”. Um neonazista solitário tentou tomar-lhe o microfone, mas ela se manteve firme.
Mais pessoas subiram ao coreto, compartilhando sua frustração e seu medo, mas também havia uma sensação de solidariedade e propósito coletivos. “Temos que nos unir para combater o fascismo, bem como esta Administração que o apoia”, disse um orador à multidão.
Uma assistente social falou sobre o porquê de ela participar da manifestação: “É difícil se manter encorajada nos dias de hoje – é um golpe após o outro. Mas a justiça racial é algo que eu sinto dentro do meu coração. É difícil ver pessoas que não sintam a mesma coisa, mas estamos juntos nisso. O seu sofrimento é nosso sofrimento “.
— Em Portland, no Maine, uma multidão, com cerca de 400 pessoas, reuniu-se em Monument Square, no domingo à noite, para se solidarizar com as vítimas dos neonazistas em Charlottesville.
Trump foi criticado por se recusar a declarar a extrema-direita como responsável pela violência, porém a maioria dos oradores se concentrou em problemas sistêmicos mais profundos – o racismo, o sexismo e a xenofobia nos quais este país foi fundado.
O membro da ISO, Caitrin Smith-Monahan, disse à multidão: “[Nós] devemos organizar o nosso lado por meio de debates políticos sérios sobre como avançar de forma unificada, camarada e democrática. Os líderes do movimento da supremacia branca estão marchando para ‘unir a direita’. Precisamos ‘unir a esquerda’”.
A multidão respondeu com um cântico entusiasmado de “No hate, no fear, immigrants are welcome here” (“Sem ódio, sem medo, os imigrantes são bem-vindos aqui”).
–Em Orlando, Flórida, mais de 300 manifestantes anti-racistas e anti-nazistas se reuniram no domingo à noite em uma vigília, no centro do Lake Eola Park.
Segurando velas, a multidão marchou ao longo do parque até o local onde havia uma estátua conhecida como “Johnny Reb”, com mais de 100 anos. A estátua foi retirada do parque em junho de 2017. A prefeitura a transferiu para o cemitério Greenwood, de Orlando, onde os soldados confederados estão enterrados.
Leslie, co-organizadora e ativista do DSA, disse que o objetivo do evento de domingo era “ajudar a confortar a comunidade” e deixar claro que “a violência e o ódio da supremacia branca não serão tolerados”. O organizador da Radical School of Orlando, Gavin, lançou uma nota crítica, dizendo que o “movimento fascista em expansão deve ser confrontado e parado nas ruas. Nós não seremos intimidados”.
— Em Burlington, Vermont, os membros da ISO se juntaram ao IWW, DSA, Black Lives Matter, Vermont Worker’s Center, Occupy Vermont, Rights e outros grupos para organizar um ato e uma marcha, que atraíram cerca de 400 pessoas para o City Hall Park, no domingo.
— Em Siracusa, Nova Iorque, uma manifestação intensa em solidariedade a Charlottesville reuniu cerca de 300 pessoas.
Desafiando alguns oradores presentes, que apresentavam um ponto de vista mais liberal, Nikeeta Slade invocou o slogan: “De qual lado você está?” Deixando claro que nosso lado é a luta contra o crescimento da extrema-direita.
Katie Feyh, da ISO, falou de suas experiências em Charlottesville, sobre como resistir a essas forças. Ela destacou que não podemos ignorar as forças fascistas – elas não vão embora – e que derrotá-las exige o maior números de pessoas nas ruas. Era uma multidão diversificada, mas principalmente receptiva e simpatizante de uma política militante de confronto com a direita.
Siracusa está agora focada no próximo “contra-protesto”, em 9 de setembro, que deve ser uma grande oportunidade para construir uma esquerda unificada.
— Em Greensboro, Carolina do Norte, cerca de 250 pessoas vieram para uma vigília de solidariedade. Embora organizado principalmente por organizações religiosas e liberais, havia oradores da Black Lives Matter e outros grupos da esquerda radical. Dois membros do ISO, que estavam em Charlottesville para o contra-protesto, falaram sobre o que testemunharam.
— Em Asheville, Carolina do Norte, uma vigília dominical aglomerou cerca de 500 pessoas. Os palestrantes eram ideologicamente diversos, desde representantes de organizações liberais até a esquerda.
O medo da resposta policial provocou o uso de um megafone baixo, dificultando a audição. Mesmo assim, uma tentativa de marcha foi bloqueada pela polícia.
A multidão era grande e diversificada para o tamanho de Asheville. Os oradores chamaram a atenção para o fato de que a única área de acesso livre no centro da cidade está associada a um monumento confederado, onde fica o mercado de escravos.
— Em Austin, Texas, cerca de 150 pessoas se reuniram para uma vigília à luz de velas e um microfone ficou aberto para manifestações de solidariedade aos manifestantes anti-racistas em Charlottesville. O evento da noite de sábado foi o primeiro de vários durante todo o fim de semana.
Um tema comum entre os que falavam era a necessidade de uma articulação de esquerda que formasse uma “frente única de muitas organizações para lutar contra a direita”.
A vigília também informou que haverá um evento, junto ao um monumento confederado, chamado “Dixie Freedom Rally“, em 2 de setembro. Um contra-protesto à comemoração racista poderia se fazeer com uma reunião pelos direitos dos imigrantes e um concerto, no mesmo horário e lugar, em Austin.
— Em Rochester, Nova York, cerca de 80 pessoas, de inúmeras organizações da esquerda, vieram para o Washington Square Park, para uma vigília, poucas horas após o assassinato em Charlottesville.
Os participantes acenderam velas e fizeram um minuto de silêncio para Heather Heyer e todos os companheiros feridos na Virgínia. Qualquer um que quisesse falar ao microfone, poderia dirigir-se à multidão, onde os alto-falantes repetida sublinharam a necessidade de que qualquer pessoa, que atualmente não esteja envolvida, encontrar uma organização de esquerda e participar ativamente.
No dia seguinte, cerca de 300 pessoas saíram para uma manifestação noturna, mas, como foi organizada pela “ala ativista” do Partido Democrata local, teve muito menos para dizer às pessoas que querem realmente lutar contra a extrema-direita.
— Em New London, Connecticut, cerca de 100 pessoas saíram para protestar contra a manifestação dos supremacistas brancos em Charlottesville e o assassinato de Heather Meyer.
Um artista e manifestante afrodescendente falou sobre os Black Panthers como um grupo de luta para se imitar. Enquanto isso, um ex-membro do exército e ativista trans, falou sobre a nojenta “proibição de trans” nas forças armadas, que serviu de catalisador para sua “saída” pela primeira vez num protesto.
– Em El Cajon, Califórnia, a leste de San Diego, mais de 60 pessoas, que representam uma meia dúzia de organizações, saíram, sábado à noite, para uma vigília à luz de velas em homenagem às vítimas do ataque terrorista de direita, ocorrido mais cedo, em Charlottesville.
A vigília ocorreu no local do assassinato de Alfred Olango, morto pela polícia, e o significado do local, bem como a conexão entre a violência policial e o encorajamento da extrema-direita, não passaram despercebidos. “Este é um terreno sagrado”, disse Alexander, membro do Partido Socialism and Liberation, antes de fazer coro ao chamado à unidade à esquerda para desafiar a direita.
JC Boyle, Rachel Cohen, Donnie D., Vincent DeCesare, Ryan Gannon, Destiny Gowdy, Felix Vonder Haar, Henry Hillenbrand, Matt Huber, Dean Imholz, Steve Leigh, Tom Lewis, Chance Lunning, Alex MacMillan, Nathan Moore, Chase Newton, Gennedy Poehner, Kiah Price, Steve Ramey, Gretchen Sager, Michelle Sapere, Thomas Scheevel, Diana Solano-Oropeza, Grant Stover, Jeremy Tully e Nikki Williams contribuíram para este artigo.
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