Por: Georgia Medeiros, de Porto Alegre, RS
Há um mês, após as famílias terem sido despejadas da antiga “Lanceiros”, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foram encaminhadas para o Centro Vida. Mas, o local não tinha estrutura e condições de higiene para moradia. E após o acontecido o governo não se manifestou mais sobre o futuro dessas pessoas. Então foi realizada outra ocupação no Centro da cidade, no Hotel Açores, local abandonado há mais de dois anos, que nessa madrugada de quinta-feira (24) sofreu uma nova reintegração de posse. Famílias sem ter para onde ir resistiram bravamente até o final, defendendo seus direitos como cidadãos. Foram cercados pela PM e ameaçados pela tropa de choque.
Após longas negociações, no final dessa manhã ficou proposto o cadastramento de todos moradores na Fasc para que recebam um aluguel social da Prefeitura ao longo de seis meses. O processo burocrático do aluguel social demora algumas semanas. Então, enquanto isso, as famílias ficarão em um abrigo temporário, em que militantes do movimento foram averiguar os locais oferecidos na negociação para ver se tinham condições de moradia.
Lutando pelo direito à cidade e à moradia, as ocupações permanentes têm sido uma grande forma de resistência ao longo dos últimos anos. São famílias que vêm lutando pela sua sobrevivência fora das ruas. E o governo não cumpre o dever de dar o básico a elas como educação, saúde e uma estrutura, deixando essas pessoas esquecidas e à margem da sociedade. Enquanto juízes têm privilégios enormes como o auxílio a moradia, o direito à moradia dos trabalhadores que pagam impostos continua sendo negado constantemente.
Todo apoio à Lanceiros, esse não é o fim! Continuemos na luta por moradia digna para todos e não só para os que possuem o poder.
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