Por: Carol Morgan, Victória Borges e Vitor Santos, da Juventude do #MAIS
Nesta quarta-feira (23), aconteceu na Universidade Federal de Santa Catarina uma reunião estudantil para discutir o processo eleitoral do DCE. Esse espaço de discussão foi chamado através de uma carta assinada por CAs, organizações políticas e militantes independentes e rendeu uma fraterna discussão, tendo como eixo um chamado pela máxima unidade, que consiga tirar o DCE da inércia (que está nas mãos da direita há quase 5 anos), que se coloque na luta cotidiana na luta dos estudantes e que esse não seja desconexo com pautas nacionais, como os cortes na educação e o sucateamento da universidade pública.
Na reunião passaram cerca de 130 pessoas para, em conjunto, começar a elaborar uma plataforma de campanha que responda pela esquerda aos problemas cotidianos que nos deparamos dia após dia na universidade e que vem se agravando exponencialmente com as (des)reformas propostas por Temer (vide a ameaça de corte em massa das bolsas do CNPq).
Acreditamos que esse processo já começa vitorioso, pois não havia espaços tão unitários e massificados assim há muitos anos dentro do movimento estudantil da UFSC. Parabenizamos, para além de todos os estudantes que estiveram lá, os Centros Acadêmicos que assinaram o chamado, entendendo a necessidade de uma reunião estudantil para levar ao conjunto dos estudantes o processo eleitoral, tendo em vista a desmobilização de nosso Diretório Central. Devemos fazer um saudável esforço político conjunto, de elaboração de uma síntese que consiga englobar as principais demandas dos estudantes! Não é o momento de dividir a esquerda! É hora de retomar o DCE para a Luta!
Sabemos que existem pressões pela divisão e para colocar nossas diferenças à frente de nossas convergências. Isto se dá pelo histórico de divisões do movimento estudantil da UFSC, mas também por causa da grande diferença programática que tem entre as organizações de esquerda que atuam na universidade. As divergências são grandes e os processos de construções unitárias do movimento não devem servir para escondê-las, mas devemos saber quais pautas políticas são mais imediatas e que devem guiar o processo de formação de chapa.
Gostaríamos de dialogar com todos os estudantes e organizações para que façam uma reflexão e compreendam que a unidade que está se dando, não é a qualquer custo e muito menos um cheque em branco! É sabido que muitas pautas nos divergem, mas os ataques são os mesmos e vem de um único lugar! Somente uma unidade com um programa elaborado pela base, no conjunto estudantil, para que se crie resistência é que pode barrar as chicotadas de Michel Temer e sua corja, bem como as atrocidades do governo Colombo e o sucateamento da nossa universidade que o reitor Cancellier abre alas para que aconteça.
Muitos são os desafios colocados para o próximo período e nós queremos um DCE que não se redima da luta, que saiba o que cada estudante passe e esteja pronto para barrar e reverter todo e qualquer retrocesso e nesse sentido, a juventude do MAIS vem explicitar o que propomos:
- #Contra os cortes e as Reformas! CNPq fica Temer sai!
- #Fora Temer! Diretas Já!: O desgoverno de Temer assumiu de forma ilegítima aplicando um golpe e continua no processo de aprofundamento desse ao propor duras medidas, que são retrocessos para os estudantes e trabalhadores. Por isso ele não pode continuar nem mais um segundo na Presidência! Temer deve sair e o povo deve decidir quem ficará em seu lugar.
- # Pela não diminuição e divisão das cotas: Com a implementação de cotas para deficientes físicos e psíquicos no ingresso à universidade, a mesma não propôs uma manutenção de aumento no seu regime de cotas. Acontece que a UFSC hoje conta com o ingresso de 50% para estudantes indígenas, negros e estudantes de escolas públicas com renda per capta até 1,5 salário mínimo. E ao invés de aumentar as cotas, esse (des)governo quer dividir o pouco que já tem! Isso nós não iremos aceitar!
- #Contra o desmonte da educação pública! Não as taxas nas Federais: Mendonça Filho, Ministro da Educação de Michel Temer tenta implementar o pagamento de taxas para determinados ramos do ensino nas federais. Na UFSC já houveram projetos barrados recentemente pelo Conselho de Curadores, que previam o pagamento para inscrição de matrícula, reprovação por FI e etc. Isso não podemos aceitar, a Educação deve ser 100% pública e gratuita.
- # UNE e UCE na luta!: Devemos cerrar fileiras em nossas entidades históricas como a União Nacional dos Estudantes e a União Catarinense dos Estudantes impulsionando essas importantes entidades para as mobilizações. É preciso lutar por uma UNE e por uma UCE mais democráticas e fazer-se presente, junto a elas, nas lutas.
O próximo encontro será segunda-feira (28/08), às 17h30 no EFI (Espaço Físico Integrado) da UFSC.
Foto: Luca Pilotto
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