Criada unidade militar LGBT contra o Isis, na Síria
Publicado em: 26 de julho de 2017
Depois de três anos de perseguição, nos quais LGBTs foram apedrejadas, atiradas de cima de prédios e mortas no genocídio no clube noturno LGBT, na noite Latina em Orlando, apoiadores LGBTs estão contra-atacando o grupo militante do Estado Islâmico (ISIS) na Síria, conforme noticiado pela Newsweek.
Um grupo internacional de voluntários que lutam com as forças curdas contra o ISIS, no Norte da Síria, noticiou a criação da primeira unidade militar, o Exército de Insurreição e Liberação Queer (TQILA), para enfrentar o grupo jihadista. As Forças Guerrilheiras Internacionais e Revolucionárias do Povo (IRPGF), um movimento anarquista, anunciou a criação do grupo na segunda-feira, 24 de julho.
Veja, abaixo, o anúncio da criação do grupo publicado pelo Tweeter, seguido de uma tradução nossa:
“A formação do Exército de Insurreição e Liberação Queer (TQILA) – IRPGF
Nós, as Forças Guerrilheiras Internacionais e Revolucionárias do Povo (IRPGF), anunciamos formalmente a criação do Exército de Insurreição e Liberação Queer (TQILA), um subgrupo do IRPGF comprometido com os camaradas LGBT*QI+, assim como outros que desejam esmagar a binariedade de gênero e avançar na revolução feminina e também, de forma mais ampla, na revolução sexual e de gênero.
Os membros da TQILA assistiram aterrorizados enquanto forças fascistas e extremistas ao redor do mundo atacaram a comunidade queer e assassinaram inúmeros membros da nossa comunidade, dizendo que eles eram “doentes” e “antinaturais”. As imagens de homens gays sendo atirados dos telhados e apedrejados à morte pelos membros do Estado Islâmico eram algo que nós não poderíamos assistir sem reagir. Também não é apenas o ódio do Estado Islâmico às pessoas queer, trans* e outras pessoas não-binárias que levam as pessoas aos ataques e ao ódio motivados pela religião. Os conservadores cristãos no noroeste do globo também atacaram as pessoas LGBT*QI+ na tentativa de silenciar e apagar sua existência. Nós queremos enfatizar que a queerfobia, homofobia e trans*fobia não são inerentemente islâmicas, nem de qualquer outra religião. De fato, conhecemos muitos muçulmanos, judeus, cristãos, hindus, budistas, etc, que estão aceitando e dando boas-vindas às pessoas únicas e fora do padrão, algumas delas inclusive são queer. Nós defendemos a solidariedade com elas contra o fascismo, a tirania e a opressão. Além disso, nós criticamos e lutamos contra os sentimentos conservadores e feudais anti-queer dentro da esquerda revolucionária aqui e ao redor do mundo.
Nosso comprometimento de lutar contra a autoridade, o patriarcado, a heteronormatividade opressora, queer/homofobia e trans*fobia é reforçado pelos avanços revolucionários e conquistas das lutas das mulheres curdas. O fato que as classes de Jineologi debatem construções de gênero e sexualidade destaca os avanços da revolução em Rojava e de todo o Curdistão com as mulheres, pressionando para os avanços revolucionários em um ritmo rápido. É essa a necessidade e o desejo de fortalecer os ganhos da revolução feminina, enquanto os avanços da luta queer que motivaram os camaradas queer da IRPGF a formar a TQILA.
LIBERAÇÃO QUEER! MORTE AO CAPITALISMO ARCO-ÍRIS!
CONTRA-ATAQUE! ESTES VIADOS MATAM FASCISTAS!
COLETIVOS & COMUNIDADES MILITANTES HORIZONTAIS AUTO-ORGANIZADAS PELA REVOLUÇÃO E ANARQUISMO QUEER!”
Foto: Goran Tomasevic, Reuters
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