Por: Joana Benário, de São Paulo, SP
A Central Obrera Boliviana (COB), a única central sindical nacional, chamou, para este 13 de julho, uma greve nacional de 24 horas contra o aumento de 3% na tarifa de energia elétrica e contra uma ação da ‘Provedoria de Justiça’ que limita o direito a greve no setor da saúde. A greve foi sentida na capital e em várias cidades como a mais forte dos últimos tempos.
Logo cedo, pela manhã, partiu uma grande concentração da cidade de El Alto em direção ao centro da cidade de La Paz, com cartazes e músicas de protesto e explosão de fogos de artifício no caminho. Quando o início da passeata chegou ao Centro, ainda havia colunas de trabalhadores descendo do El Alto. Em La Paz, havia mais de 12 mil pessoas mobilizadas. Participaram sindicatos de operários, professores, comissões de moradores urbanos, comerciantes e trabalhadores informais, aposentados, pensionistas e outros. O Secretário Executivo da Central Obrera Boliviana (COB), Guido Mitma, descreveu a paralisação como impactante.
Houve protestos nas principais cidades do país, como em Potosi, Cochabamba, Tarija, Oruro. Trabalhadores protagonizaram marchas e manifestações. No entanto, nos setores econômicos e comerciais, a greve foi parcial e esses setores funcionaram quase regularmente. Em Cochabamba, a polícia relatou que pelo menos dez pontos foram fechados na cidade por trabalhadores das fábricas, nas áreas periféricas e na estrada de saída para Oruro. Em alguns pontos houve tensão com a força policial, que ameaçou lançar bombas de gás lacrimogêneo se os piqueteiros não desocupassem a estrada. Os trabalhadores administrativos universitários de Chuquisaca e Cochabamba também entraram em greve, bem como os trabalhadores da Caixa Nacional de Saúde de Cochabamba.
Na cidade de Santa Cruz, no Leste do país, não ocorreu greve, mas houve uma mobilização dos trabalhadores da Caixa Nacional de Saúde e aposentados contra o atendimento deficiente nos hospitais e aumento das taxas de energia elétrica. No entanto, as atividades produtivas e de serviços foram normais e as estradas ficaram livres de bloqueios.
O Secretário Executivo da COB, Guido Mitma, mais uma vez acusou o governo de dividir as organizações sindicais. Ele descreveu o dia como um sucesso e não descartou outras medidas de pressão. Nos próximos dias será convocada uma assembleia para determinar quais serão as medidas caso o governo não atenda às demandas dos trabalhadores.
Comentários