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BRASIL

É São João: das noites tão brasileiras na fogueira sob o luar do sertão

“Na fogueira de São João
Eu quero brincar
Quero soltar meu balão
E foguinhos queimar”

Por Diogo Xavier de Recife e Ohana Pageú de Fortaleza

A chegada do mês de Junho traz um pulsar de alegria no coração dos nordestinos, mês de muita festa e de relembrar as coisas da terra. O mês junino é também a época de passar tradições, juntando a família e amigos pra comemorar a fumaça da fogueira, o barulho das bombas, seguida de risadas e gritos das crianças que as soltam, a disputa de quadrilhas, as comidas que enchem a boca de prazeres… É São João e o Nordeste está em festa.

Uma época tão especial onde as pessoas saem às ruas para comemorar, acender fogueiras para os santos, agradecer o que se passou, pedir mais chuva e uma abundante colheita que garanta o sustento por mais um tempo.

Também é época de lembrar nossos mestres. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião que popularizou o ritmo por todo Brasil cantando sua terra. Dominguinhos, Sivuca, Zé Dantas, Marinês, Jackson do Pandeiro, Anastácia e outros grandes nomes que são referências da música nordestina.

As festividades começam com Santo Antônio, santo casamenteiro que dá origem ao dia dos namorados no país. Depois, vem São João, o responsável pela abundante colheita do milho. É o mais lembrado e festejado. O mês se finda com São Pedro, o santo que traz a chuva tão necessitada pelo sertanejo, que espera ver a água cair do céu pra se encher de esperança.

As festas possuem uma mistura bem característica do nordeste. As quadrilhas juninas com suas danças coloridas; os teatros que encenam o dia -a- dia das paqueras e dos casamentos da roça; a comemoração da fartura com comidas típicas. Várias manifestações que aquecem, junto com a fogueira, os ânimos dos nordestinos.

No campo, as comunidades se juntam para fazer suas festas e cada uma acende a sua fogueira. Na cidade, os bairros da periferia também se enchem de fogueiras, barraquinhas de comidas típicas e festivais de quadrilhas nas pracinhas, marcas de um povo que veio dos sertões para habitar as capitais nordestinas.

A festa é o momento de comemorar os bons frutos que vieram do trabalho árduo. Por isso, que, na noite de São João, o nordeste brinca e comemora os frutos do seu povo que trabalha.

Se tiver uma festa de São João aí no bairro, na escola, na roça ou em qualquer outro canto, siga o conselho de Gonzagão: “O forró já começou, Vamos gente, rapa-pé nesse salão”. Viva o São João!!!