Por: Adamec Seccoli, de Paulínia, SP
Entre os dias 19 e 21 de junho, os trabalhadores do turno da REPLAN – Refinaria de Paulínia – se mobilizaram contra mais um ataque aos trabalhadores realizado pela Petrobras, que decidiu diminuir o número mínimo de trabalhadores que compõem o grupo que opera a refinaria, ininterruptamente.
De uma hora para a outra, a Petrobras implantou a redução no número mínimo de operadores em pelo menos dez de suas treze refinarias, para não precisar repor os trabalhadores que estão saindo da empresa através do PIDV – Programa de Incentivo à Demissão Voluntária.
A lógica do capital é perversa: primeiro cria-se um ambiente de medo e incerteza entre os trabalhadores, depois lança-se um programa de incentivo financeiro para a demissão voluntária, e na hora que estes trabalhadores vão embora, ela se recusa a repôr quem saiu.
O discurso da direção da Petrobras é que foi realizado um “estudo de tempos e métodos” para chegar no novo número, que coincidentemente é muito próximo do número de trabalhadores que ficaram após a saída de quem aderiu ao PIDV. O método utilizado pelo estudo além de ultrapassado e inadequado para avaliação de processos contínuos, não contou com qualquer participação dos trabalhadores que exercem as atividades operacionais em sua elaboração.
Na visão dos trabalhadores, a quantidade de operadores que a empresa implementou não garante a operação segura das refinarias, principalmente em situações de emergência. Sem falar que a quantidade de serviço aumentou e terá que ser realizada por menos operadores.
Para a REPLAN, a direção da Petrobras quer impor uma redução de 9 postos de trabalho de cada grupo de operadores, totalizando 45, além da perda de mais 9 postos de trabalho necessários para cobrir treinamentos, férias e afastamentos.
Os operadores da REPLAN que trabalham em regime de revezamento ininterrupto decidiram manter 2 grupos de operadores na refinaria para que possam operar a refinaria com segurança, realizando o que foi chamado de “vigília controlada”. Também está aprovada uma greve a partir de Sexta-feira (23), caso a REPLAN não suspenda a implementação do novo efetivo e reabra negociação com os trabalhadores.
Se não bastasse este ataque, a Petrobras segue vendendo a preço de banana vários de seus ativos às multinacionais, entregando de bandeja várias operações lucrativas, inclusive negociando refinarias com a RLAM, localizada na Bahia.
Este é mais um ataque promovido pelo presidente da Petrobrás, Pedro Parente, e seu chefe, Michel Temer, contra a classe trabalhadora. É cada vez mais urgente a realização de uma grande greve geral no dia 30 de junho, para derrubarmos este governo ilegítimo junto com todos os ataques à classe trabalhadora. Também é urgente um calendário nacional de mobilização dos trabalhadores petroleiros, com a pauta contra a contra a privatização, a redução de direitos, por recomposição do efetivo e condições seguras de trabalho.
Foto: Replan | Divulgação Petrobras
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