Editorial 21 de junho
Esta terça-feira (20), foi um dia bastante infeliz para o presidente Michel Temer. A polícia federal concluiu em relatório que há fortes evidências de que ele recebeu propina da empresa JBS e a Reforma Trabalhista foi rejeita na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
As chances de Temer acabar bem são de zero porcento. Ele só não caiu até agora porque a classe dominante ainda não tem um nome para substituí-lo. E a saída do atual presidente iria fortalecer o movimento por novas eleições, que já levou dezenas de milhares às ruas em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Salvador, no Recife e em Porto Alegre.
A saída de Temer iria atrapalhar a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária no Congresso. Mas, se o atual presidente ficar no cargo, vai dificultar a vida do PSDB nas próximas eleições presidenciais. Afinal, este partido decidiu manter o apoio a Temer, o que pode tirar muitos votos. Nos dois casos, os banqueiros e grandes empresários terão dificuldades, pois eles querem as reformas para lucrar mais e têm preferência por alguém do PSDB para presidente em 2018. Por isso; a Bolsa de Valores de São Paulo teve queda nesta terça.
O movimento pelo Fora Temer já conseguiu fazer com que este seja o governo mais odiado da história do Brasil. Mas; a batalha ainda não foi decidida. A reforma trabalhista, por exemplo, ainda será votada no plenário do Senado e tem boas chances de ser aprovada. E a reforma da previdência segue tramitando na Câmara dos Deputados. A articulação para que Temer seja substituído por alguém escolhido pelo Congresso, e não pelo povo, segue em Brasília.
A greve do dia 30 será decisiva
É neste quadro que a greve geral, marcada para o dia 30, ganha importância. Se o movimento for forte, as reformas podem ser enterradas de uma vez por todas. A greve também pode ser o último prego no caixão do governo Temer.
É necessário que a classe trabalhadora mostre sua força e decida o destino político do país. Se a mobilização for grande e parar a economia por um dia, os parlamentares terão medo de aprovar as reformas. Esta é nossa única saída. Sabemos que esperar algo bom do Congresso sem luta é ilusão.
As centrais sindicais deram a iniciativa da greve do dia 30 e têm uma grande responsabilidade em mãos. É nessas horas que sabemos quem é de luta e quem é traidor. O futuro de uma geração inteira está em jogo.
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