Denúncia: Mais uma vez, repressão à Batalha da Matrix no ABC paulista!

Da Redação

O Esquerda Online publica nota e vídeo sobre nova onda de repressão por parte da Guarda Civil Municipal de São Bernardo do Campo, sob comando do prefeito Orlando Morando do PSDB, que narra abusos desta instituição, como a dispersão de pessoas em local público sem justificativa com guardas sem identificação.

“Sobre Ódio, Preconceito, GCM Despreparada e Público Desorganizado.
(Pedimos que todos leiam tudo, compartilhem o vídeo, e acima de tudo entendam o papel de cada um nessa história)

13/06/2017
Ontem ao final da #Edição208 [da Batalha], houve mais um episódio de repressão por parte da GCM/ROMU de São Bernardo do Campo.
Antes de começar esse comunicado queremos primeiro esclarecer os fatos sobre ontem:
Tivemos atrasos na produção do evento devido à chuva, ao final do evento a GCM solicitou que desligássemos o equipamento. Desligamos.
Seguimos na voz para que houvesse a final, deve sempre haver um campeão.
Durante a final, os guardas ameaçavam usar da força física pra dispersar o público.
A organização estava dialogando com os guardas civis pra que tudo terminasse do modo mais tranquilo para que todos pudessem se dispersar em paz. Ao contrário do que consta no boletim de ocorrência mentiroso da GCM e o que se prova neste vídeo. Não houve resistência quando nos pediram pra desligar o som. A batalha estava ocorrendo só na voz normalmente.
O tumulto começou quando um dos guardas aleatoriamente jogou spray de pimenta em um dos organizadores e no nosso público como forma de dispersão, ignorando o diálogo com a organização que estava sendo feito.
Foi aí que a situação perdeu o controle, e foi aí que parte do nosso público acabou atrapalhando.

Entendendo o histórico para entender onde está o ódio com a nossa cultura
Este vídeo contém registros de 3 datas:
1) 25/04/2017: O prefeito Orlando Morando comparece pessoalmente à Batalha da Matrix e afirma que não vai reprimir o evento e que respeita nossa cultura.
2) 09/05/2017: A ROMU afronta o público com abordagens violentas estando não-identificados, fato grave e contra a lei.
3) 13/06/2017: A GCM/ROMU reprime mais uma vez a Batalha

1) No dia 25 de Abril o prefeito da cidade Orlando Morando compareceu à batalha e disse não ter interesse em reprimir o evento.
Nos parece contraditório.
Como todo mundo sabe, a GCM/ROMU está sob o comando dele.
No dia que ele esteve presente, os guardas da ROMU já estavam atuando sem identificação. Gostaríamos de entender como um prefeito pode permitir que seus guardas ajam de modo inconstitucional e ilegal estando no mesmo ambiente que eles.

2) No dia 09 de Maio, a ROMU estava sem identificação mais uma vez, ao solicitarmos a identificação, acabamos enquadrados também.

Fomos liberados rapidamente porque eles tiveram que responder uma chamada de urgência, e ao questionar o Subinspetor Stracci sobre a conduta de andar sem identificação, ouvimos a infeliz declaração de que eles podem fazer o que quiserem. Não. Não podem. Levamos isso para a Corregedoria da GCM.

3) No dia 13 de Junho, ontem, o fotógrafo da organização estava sendo levado preso simplesmente por ter filmado o que aconteceu. No minuto 3:19 deste vídeo, uma GCM questiona nosso câmera se ele tem autorização pra filmar, ele afirma que não precisa de uma. De fato ele não precisa de autorização!

Agentes públicos não podem ‘não quererem ser filmados’. Se a abordagem é ostensiva, ela não pode ser ilegal, e por isso não há mal algum em ser filmada. Não estamos mais na ditadura, mas parece que alguns GCMs querem viver em uma. Na sequência como podem ver, um dos guardas parte pra cima do nosso fotógrafo. Como se não bastasse, puxa ele de canto e ameaça processá-lo caso ele divulgue as imagens.

Ou seja:

O que acontece nos últimos meses é que a GCM tem agido do modo que bem entende, inventando leis e argumentos de mentira, abordando pessoas de modo violento estando não-identificados, e seus superiores ainda nos dizem que podem fazer o que querem. Só que não podem. E existem medidas legais a serem tomadas.

O guarda civil Carlos, que ameaça o nosso fotógrafo no fim do vídeo de fato apagou as imagens da câmera. O que também é proibido. Mas nós as recuperamos e aqui estão elas como prova. Vivemos uma época de ameaças tanto físicas quanto psicológicas.

O que você tem a ver com isso:

1) Em qualquer situação de repressão, deixe a organização lidar com a GCM. Agradecemos a boa vontade de ajudar, porém muitas vezes, como ontem, isso sai do controle e pode acabar nos atrapalhando, e pode ainda se tornar uma confusão generalizada, o que é ainda pior.

2) Em momento de conflito não é hora de tentar ser super herói, é hora de tentar resolver o problema verbalmente pra que ninguém saia machucado. Ontem aconteceram cenas lamentáveis, e por conta disso a GCM usou TASERS (Armas de descarga elétrica).

3) A organização foi parar no 1º DP e ficou lá até as 2h30 da manhã devido às ações de outras pessoas. Fomos liberados pois contra nós não havia nada, a gente sabia que a GCM só queria nos dar um pouco de trabalho.

4) Conheça seus direitos sempre. Mas saiba que ficar debatendo com GCM em vão não levará a nada nunca. Existe uma organização que serve pra lidar com os problemas do evento.

5) Precisamos conversar sobre tudo isso.
E é por isso que em breve criaremos nosso primeiro debate aberto da Matrix.
Abriremos uma roda de conversa durante alguma edição, reduziremos o número de batalhas em algum dia pra que isso aconteça.

6) Nosso público não pode mais agir de modo desorganizado. Por enquanto é só.

Sociedade Alternativa de Campom

Assista ao VÍDEO.

Foto: Vice.

Conheça mais sobre a batalha:
Quilombagem urbana que incomoda a burguesia: a Batalha da Matrix