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Na Baixada Santista, petroleiros e servidores de Santos convocam assembleias para deliberar sobre greve geral

Por: Leandro Olimpio, de Santos, SP

Categorias com forte tradição de luta, servidores de Santos e petroleiros da Baixada Santista começam a discutir a participação na greve geral de 30 de junho contra as reformas de Temer. O Sindipetro Litoral Paulista, que na Refinaria de Cubatão realiza atrasos há cinco dias contra a redução do efetivo operacional, toma sua decisão em assembleia no dia 21. Um dia depois, em 22 de junho, é a vez do Sindserv Santos definir, também em assembleia, como a categoria irá se comportar diante da data articulada de forma unitária pelas centrais sindicais.

Nos dois casos, os sindicatos vêm corretamente apontando como as reformas atingem diretamente os direitos de suas respectivas categorias. No caso dos servidores, o Sindiserv lembra que “atualmente, de acordo com a Constituição, qualquer cláusula estabelecida em negociação coletiva que for prejudicial ao trabalhador e contrária à norma vigente, é considerada nula. Com a reforma trabalhista não. Prevalece o negociado sobre o legislado”. Já o Sindipetro-LP, em sua convocação, pontua que para além das reformas e da lei da terceirização, uma das principais facetas do golpe em curso é a privatização da Petrobrás com a entrega do pré-sal para o estrangeiro.

“Desde o ano passado, com o aprofundamento da venda de ativos, os petroleiros estão no olho do furacão. (…) O objetivo de Temer é entregar o país às multinacionais, conforme vem exigindo o mercado financeiro há tempos. O período de dividir a exploração das riquezas nacionais com a elite brasileira ficou para trás. Agora, o objetivo das grandes empresas estrangeiras e seus acionistas é claro: retomar com toda força o seu controle sobre as riquezas brasileiras, dentre elas o petróleo”, opina os petroleiros.

Esquenta para a greve geral
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Estabelecido no calendário unificado das centrais como um esquenta para a greve geral, o dia 20 de junho promete ser marcado por paralisações em todo o país. No entanto, para se concretizar, é preciso que desde já o movimento sindical inicie um forte trabalho de conscientização e convencimento em suas bases. No caso da Baixada Santista, essa data também deve ser utilizada como um termômetro para medir a disposição de luta dos trabalhadores. Sem isso, ficará difícil a necessária e ousada tarefa de transformar 30 de junho numa data de greve geral ainda mais forte que a realizada em 28 de abril.

Ao contrário da preparação para a greve geral de 28 de abril, que contou com ampla movimentação prévia e articulada das entidades sindicais da região, as iniciativas para a construção da greve geral de 30 de junho ainda são tímidas e pontuais na Baixada Santista. Mas a convocação de assembleias em servidores e petroleiros demonstram que é possível reverter esse cenário, pautando desde já a greve geral. Portanto, é fundamental que as demais entidades sigam o mesmo caminho.

O papel da Frente Sindical
Não é pequena a importância da Frente Sindical Classista para o sucesso da greve geral na região. Reunindo os sindicatos combativos da Baixada Santista, dentre eles petroleiros e servidores de Santos, a frente vem cumprindo um papel importante para a organização da luta contra a retirada de direitos e o ataque às aposentadorias. Na manhã desta quarta-feira (14), por exemplo, dirigentes dos sindicatos que compõem a frente estiveram no centro de Cubatão para dialogar com a população sobre a necessidade de combater as reformas através da greve geral. Panfletos denunciando as reformas, com a divulgação da greve geral, foram distribuídos aos moradores da cidade.

Esta atividade, que ajuda a conscientizar a população e ganhar o seu apoio para a luta, deve ser acompanhada de outras iniciativas que já demonstraram ser importantes na greve geral de 28 de abril. Caso contrário, será insuficiente. A primeira delas é a organização unitária da greve geral. Ou seja, é necessário que as centrais e sindicatos da região voltem a se reunir para discutir e encaminhar ações conjuntas para a construção da greve. E a segunda delas, de caráter estratégico, é repetir a convocação de uma assembleia geral que reúna todos os trabalhadores, estudantes e ativistas dispostos a construir um forte 30 de junho. Essas medidas são fundamentais.

Com o protagonismo conquistado nas últimas lutas, a Frente pode mais uma vez pressionar os sindicatos filiados à CUT e Força Sindical a organizarem a greve geral em suas categorias. Sabemos das vacilações da maior parte do movimento sindical cutista, que secundariza a luta direta em virtude do projeto Lula 2018. Sabemos também que muitos dirigentes da Força Sindical, preocupados apenas com a extinção do imposto sindical, restringem sua atuação à negociação de “perdas menores”. Entretanto, não ter uma política concreta de exigência a essas centrais é fechar os olhos para o fato de que elas, infelizmente, ainda dirigem categorias importantes da classe trabalhadora. Na região não é diferente e a participação fundamental de estivadores, rodoviários, portuários e outros setores na greve geral de 28 de abril é prova disso.

“Sabemos que entre as organizações de esquerda, sindicatos e centrais existem diferenças sobre qual a saída para a crise. Aqui na região não é diferente, há diversas leituras para esse período tão crítico e conturbado. Mas, em compensação, há um grande consenso: é preciso colocar a classe trabalhadora em movimento, em luta, para barrar as reformas. E isso se faz com greve geral. Com esse acordo, é plenamente possível reeditar a unidade construída na greve geral de 28 de abril e garantir uma mobilização ainda mais forte. Em cada baia de trabalho, em cada sala de aula, é preciso discutir com os trabalhadores e estudantes a greve geral. É nossa tarefa número um daqui pra frente”, opina Raphael Guedes, que é professor das redes estadual e municipal de ensino em Praia Grande, e coordenador do Movimento por Uma Alternativa Socialista na Baixada Santista.