Prefeito Vanazzi (PT) parcela salário de maio dos servidores públicos de São Leopoldo (RS)

Por: Lucas Fogaça, de Sapucaia do Sul, RS

A Prefeitura de São Leopoldo comandada por Ary Vanazzi, ex presidente estadual do PT/RS, entrou na onda do parcelamento de salário de servidores públicos. O Governador do Rio Grande do Sul José Ivo Sartori (PMDB) foi quem inaugurou essa injusta prática de parcelamento de salário dos servidores. O prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Jr (PSDB) disse que fará o mesmo na folha do mês de junho e, agora, a prática foi anunciada por Vanazzi (PT). A Prefeitura de São Leopoldo depositou nesta quarta-feira (31) até R$ 2.000 como primeira parcela do salário dos servidores públicos municipais. Este depósito é referente à folha de pagamento do mês de maio. Os professores ficaram de fora do parcelamento porque, segundo a Prefeitura, o salário dos professores é pago pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB).

São Leopoldo tem ao todo 4563 servidores públicos municipais, sendo que 2069 são professores. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o secretário municipal da Fazenda, Ronaldo Vieira, afirmou que “Vai ser depositado no menor prazo possível, mas dentro das possibilidades do município”. O jornal local Vale dos Sinos publicou matéria em que afirma que a folha de pagamento dos servidores públicos da Prefeitura é de 15,5 milhões mensais. E segundo o secretário da fazenda está pendente de quitação R$ 4,7 milhões. Conversamos com Angelita Lucas, Professora municipal e Secretária Geral do Ceprol (Sindicato dos Professores). “Somos servidores. E independente dos gestores, não somos nós que devemos pagar com as más administrações. Sou contra qualquer tipo de retirada de direitos e principalmente contra o parcelamento de salários, que é o mínimo que o gestor deve honrar, afinal são os servidores que tocam a máquina pública do município. Nosso sindicato jamais abriria mão de lutar pela nossa base, se a mesma tivesse o salário parcelamento. Os professores permanecem com salários em dia, pois o FUNDEB garante o pagamento”, afirmou.

Ouvimos também Paloma Daudt, presidenta municipal do PSOL em São Leopoldo, que opinou: “Um governo que se declara popular deve colocar em primeiro lugar as trabalhadoras e os trabalhadores. E o pagamento dos salários do funcionalismo deve estar como prioridade. Na verdade, as práticas dos governos PMDB, PSDB e PT muito pouco se diferem. O PT há muito tempo deixou de ser um partido que representa a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores e o parcelamento dos salários dos servidores é apenas mais uma demonstração disso. Essa também foi uma prática da antiga gestão (PSDB). Na época foi amplamente criticada pelo próprio PT e agora podemos ver que assim que o PT assumiu a prefeitura deixou de priorizar o pagamento do salário das servidoras e dos servidores. Essa também é uma decisão que não engloba os vereadores e o próprio prefeito, por que eles não têm seus salários parcelados?”, ao ser questionada sobre o fato de que Vanazzi segue a mesma lógica de parcelamento de Sartori (PMDB) e Marchezan (PSDB).

E quando perguntamos sobre qual é a solução para equilibrar as contas da prefeitura, isto é, como gastar menos e arrecadar mais, Paloma afirmou: “Logo ao assumir a gestão o prefeito Ary Vanazzi já demonstrou quais seriam as prioridades de sua gestão. Privilegiou os investimentos na região central da cidade como a proposta de revitalização da Rua Independência e esqueceu as zonas periféricas e os próprios servidores e servidoras públicos. Para que haja transparência na gestão é preciso que ocorra uma auditoria das dívidas do município para que a população tenha clareza de onde está sendo gasto o nosso dinheiro. Queremos saber quais são os gastos com os serviços básicos da prefeitura e decidir o que é essencial.  Além da auditoria, devemos discutir sobre o próprio sistema de impostos. Defendemos uma tributação progressiva do IPTU, em que o ricos, que tem mais, paguem mais. E os pobres, que tem menos, paguem menos. Também somos contra a isenção de impostos das grandes empresas e queremos o fim dos benefícios ficais aos grandes empresários. Para nós do PSOL o funcionalismo deve ser prioridade dentro de uma gestão popular. Por isso, as servidoras e os servidores devem ir à luta e dizer não ao parcelamento dos seus salários e denunciar mais esse ataque à classe trabalhadora”.
Foto: Reprodução Facebook

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