Por: Gibran Jordão, coordenador geral da Fasubra e da Executiva Nacional da CSP-Conlutas
A luta de classes no país começa a ficar cruenta. Os governos sabem da inevitabilidade da revolta diante dos ataques. Por isso, para aplicar os planos de austeridade, saquear direitos sociais e democráticos estão endurecendo e pesando a mão. A burguesia quer avançar com sua ofensiva, ou sim, ou sim.
O golpe de cassetete na cabeça de Mateus, em Goiânia, no dia da greve geral, a recente chacina dos Sem Terra no Pará, o senhor que foi ferido por bala de metal estando entre a vida e a morte e o ativista que teve a mão decepada no Ocupa Brasília são exemplos do que queremos dizer sobre a necessidade de autodefesa.
Há momentos nas lutas sociais que os interesses antagônicos entre as classes não permitem mais margens de manobra para a mínima negociação. Tudo se inflama e algum dos lados vai sofrer uma derrota histórica.
A greve geral e o Ocupa Brasília provou que podemos derrotar a ofensiva contra nossos direitos. Nessa conjuntura imediata, estamos reequilibrando o tabuleiro. É possível derrotar as reformas e derrubar Temer.
Temer e o Congresso se encontram muito desmoralizados, podem até se recuperar, mas a tendência geral não é essa. Governo e Congresso seguem em franca crise.
Ganha peso a obrigação das centrais sindicais convocar uma nova greve geral. Eis o momento das mascaras caírem.
Quero parabenizar todas as organizações e ativistas independentes que fizeram um bom combate, desmoralizando o choque e assustando o governo Temer, que tomou uma decisão precipitada em decretar o estado de emergência que expôs novamente a divisão entre as frações burguesas.
As imagens abaixo são de enfrentamentos que o pelotão unificado da educação federal fez na Esplanada dos Ministérios nessa quarta-feira. Parabéns aos envolvidos e a todas as organizações e grupos que contribuíram.
Protegemos os trabalhadores que vieram manifestar em Brasilia e resistimos, sem nenhuma baixa, à violência policial.
A autodefesa é uma necessidade diante da violência da burguesia contra os trabalhadores. Querem que paguemos a conta da crise econômica na base do cacete.
Todas as centrais, sindicatos e movimentos sociais que ainda não se localizaram sobre a necessidade da autodefesa, precisam se atualizar urgentemente para os próximos enfrentamentos.
Panfletos e bandeiras não são mais os únicos materiais. São precisos mais escudos, mais vinagres e mais capacetes.
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