Por Ismael Feitosa, de Recife.
A ganância e disputa de privilégios entre os diferentes setores da alta política e empresariado brasileiro, fizeram abrir uma nova conjuntura política no país a partir da crise aberta com as delações dos proprietários da multinacional JBS.
Com ela, duas tarefas – combinadas com outras tantas – se colocam para que a classe trabalhadora aproveite este momento de confusão, divisão e fragilidade dos de cima.
A primeira diz respeito a necessidade de combater a forma quase como que natural que a grande mídia e as mais variadas instituições do Estado brasileiro tratam o fato das grandes empresas e bancos do país terem, ao longo de décadas (segundo o depoimento do próprio Emílio Odebrecht) se associado entre si e com diferentes gerações e organizações políticas (de Sarney à Lula, passando por FHC, Aécio até Temer) para tirar vantagem pessoal em nome da nossa educação, saúde, cultura e lazer.
Tal situação não pode ser vista como natural. As delações, pequenas penas e multas que estão sendo impostas a estes criminosos não são e não serão suficientes para proteger os interesses do povo. Apenas ficar no pé e ameaçar com perda de mandato e prisão os mais famosos políticos pegos em meio a tanta sujeira não é o suficiente.
Combater a corrupção para valer diante de tudo que acompanhamos, exige medidas bem mais avançadas que as até agora tomadas pelo MPF e o STF.
Se empresas e bancos como a Odebrecht, OAS, JBS/J&F e o banco BTG não tiverem todo o seu patrimônio expropriado pelo Estado, e suas administrações colocadas sob o controle do seu quadro de trabalhadores, não estaremos falando seriamente sobre combate à corrupção.
A segunda tarefa que esta conjuntura colocou para a classe trabalhadora é a de impor sobre este congresso vendido e a grande mídia brasileira, a realização de eleições Diretas e Gerais para que decidamos quem deve governar o país. Eleições que digam se as “reformas” e ajuste de miséria em curso terão continuidade.
Eleições que tirem do congresso o poder de indicar um FHC ou um Meirelles para levar até o final os planos do governo Temer.
Tal tarefa será mais facilmente cumprida se ocuparmos as ruas, como será feito amanhã em Brasília. Se as centrais sindicais, o PT e Lula fizerem um chamado por uma nova e maior greve geral que derrube Temer, imponha as eleições Diretas e Gerais e enterre os atuais ataques de vez.
Os movimentos sociais como o MTST e as variadas organizações socialistas do país, devem manter o ritmo de chamado permanente para que os trabalhadores se mantenham em alerta e mobilizados até derrotar Temer, o congresso e as reformas.
– Fora Temer e suas reformas!
– Diretas já para presidente e congresso!
– Confisco dos bens e prisão para todos os corruptos! Estatização das empresas que roubaram o Brasil!
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