Mais um ato de Intolerância em manifestação pelo Fora Temer, em Goiânia
Publicado em: 19 de maio de 2017
Por: Hemanuelle Jacob, de Goiânia, GO
Atos pela saída de Temer foram articulados em várias cidades do Brasil e em Goiânia a concentração da manifestação teve início por volta das 16h, na Praça do Bandeirante, no Setor Central. Reuniu integrantes do Fórum Goiano contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, composto por centrais sindicais, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e entidades representativas da sociedade civil.
O Fórum Contra a Reforma da Previdência e Contra a Reforma Trabalhista está sendo articulado em várias capitais brasileiras e tem como objetivo principal barrar o avanço destas reformas que colocam a classe trabalhadora para pagar o preço mais alto da crise do capital.
A manifestação foi organizada por meio de redes sociais na noite de quarta-feira (17), logo quando o jornal “O Globo” divulgou informações sobre a delação dos irmãos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, que disseram que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na Operação Lava Jato.
O ato interceptou vias alimentadoras da cidade. O objetivo era chamar a atenção da população para os últimos acontecimentos políticos do cenário nacional, assim como instigar na população o interesse pela renúncia do então presidente Michel Temer e pelas eleições diretas.
Como se não bastasse o último ocorrido com o estudante Matheus, no último ato do dia 28 de abril, que quase ocasionou em sua morte pela força policial de Goiás, também tivemos mais um triste episódio de intolerância e violência. Um casal de militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi atropelado por uma motorista que insistiu em furar o bloqueio feito pelos manifestantes, em uma atitude de irresponsabilidade.
O marido da jovem atropelada, Daniel Semão, de 31 anos, se machucou para tentar salvar a companheira, Andreza Carneiro, de 21. O casal estava no protesto com o filho de três anos e a mãe de Andreza, Araci Carneiro. No momento da confusão, a criança do casal estava com a avó. “Meu filho estava no meu colo pouco antes. Graças a Deus dei pra ela e, em seguida, aconteceu a loucura toda”, disse Daniel a um jornal local.
Após o incidente, foi feito um cordão de isolamento por manifestantes com o objetivo da motorista não fugir do local enquanto outro grupo socorria o casal. A condutora do carro e um passageiro, que não tiveram os nomes divulgados, foram retirados do veículo e escoltados pelo Corpo de Bombeiros e pela Polícia Militar. Em seguida, a mulher foi levada para a Central de Flagrantes de Goiânia e vai responder por tentativa de homicídio, já que a mesma teria outra opção que não o atropelamento.
Nos noticiários dos principais jornais onlines de Goiás a maioria das pessoas que se manifestaram sobre a atitude da motorista concordou com sua ação, demonstrando uma infeliz realidade de intolerância e falta de esclarecimentos sobre os acontecimentos políticos, assim como as consequências destes acontecimentos para a população mais pobre.
Ainda temos um longo caminho a trilhar sobre os direitos de se manifestar e a luta por uma sociedade justa, pois sabemos que atitudes como a desta motorista e do policial, que também teve a intenção de matar Matheus, porém não responde por isso, acontecem em todo o Brasil. Mas, temos a tranquilidade de que nesse momento em que o país vive uma grande crise política, senão a maior vivida pela democracia brasileira, temos que ter acima de tudo serenidade para convencer, esclarecer, informar nosso pares, os trabalhadores, de que a luta não está perdida e nem ganha, sem perdermos a ternura e mais do que nunca, nos unir, pois o inimigo, nosso, dos trabalhadores, não são outros trabalhadores, mas sim esse governo que só ganha com ações como essa.
Foto: Reprodução G1
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