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EDITORIAL

Tempo de resistência

Editorial 17 de maio

No dia de hoje (16), o Senado discute o Projeto de Lei 38/2017, que trata da Reforma Trabalhista. O Governo Temer trabalha para que o projeto seja aprovado sem emendas, para que não tenha que voltar para a Câmara dos Deputados. Para isso, o Presidente golpista prometeu aos senadores da base aliada que contemplaria as sugestões com uma medida provisória. Assim, depois da aprovação no Senado, o projeto iria direto para a sanção do presidente.

Temer quer aprovar a Reforma Trabalhista ainda em maio. Já a Reforma da Previdência, Pec 287/16, ainda não foi aprovada na Câmara dos Deputados. No dia 9 de maio, o projeto foi aprovado em Comissão, mas ainda precisa passar pela Câmara e pelo Senado. No caso da Reforma da Previdência, por se tratar de uma emenda constitucional, o processo precisa de dois turnos.

O fato é que o governo está decidido a ir adiante, mas o cenário não é mais o mesmo da aprovação da PEC 55 e nem mesmo da aprovação do PL da Terceirização.

É evidente o impacto da opinião pública e da greve geral sobre as reformas. A grande maioria da população está contra e existe uma resistência nacional organizada.

Todos a Brasília
A marcha do dia 24 de maio será um momento importante da resistência. Sairão caravanas de todos os lugares do país. Vamos fazer todo esforço para ampliar ao máximo essa mobilização. Uma grande marcha em Brasília dará visibilidade nacional e pode ser uma demonstração de força dos trabalhadores.

É preciso lembrar que, neste momento, estamos mais fortes que no dia 29 de novembro, quando ocorreu uma marcha dos servidores e da juventude a Brasília contra a PEC 55. Em novembro, não havia uma consciência de massas contra os ataques. Isso mudou completamente. Hoje, 71% da população está contra a reforma da previdência, o que muda muito o impacto e a força da resistência.

Por uma nova greve geral
A dimensão do ataque aos nossos direitos é histórica, são conquistas de mais de 70 anos em questão. Brasília será um momento importante, mas ainda será insuficiente. É preciso um calendário de lutas unificado, temos que acertar os rumos do próximo passo. Uma nova greve geral precisa ser preparada.

A CUT já posicionou-se a favor da greve geral, agora é preciso dar um passo adiante e propor uma data. Isso teria um efeito muito positivo e pressionaria em outro patamar as outras centrais. Esta é a posição que vem sendo defendida desde a primeira reunião de balanço da greve do dia 28 de abril pela CSP-Conlutas e pela Intersindical.

A classe trabalhadora já tem o apoio da grande maioria da população que está contra as reformas. É tempo de dar um passo em frente. Vencer é possível.

 

Foto: Fabio Caffe