Por: Niara Aureliano, do Rio de Janeiro, RJ
Há um ano do suicídio de Isadora, desfecho drástico de uma das estudantes ruralinas vítima dos estupros que aterrorizam as discentes da UFRRJ, mais dois casos de violência sexual ocorreram na semana passada na universidade. No início de tarde desta segunda (15), as estudantes protagonizaram uma manifestação intitulada “Chega de Silêncio” cobrando medidas da reitoria para a segurança das estudantes no campus de Seropédica, localizado na baixada fluminense. Só na semana passada foram dois estupros e mais uma tentativa de estupro na unidade.
A reitoria, em nota, pediu “o máximo de cuidado” às estudantes que pegam carona na universidade; os criminosos teriam agido a partir das caronas oferecidas no campus, que conta com transporte público insuficiente. Há anos sofrendo com os crimes sexuais na universidade, as ruralinas exigem há muito tempo medidas da reitoria e do poder público para acabar com a violência sexual na UFRRJ, como o pedido básico de iluminação do campus.
O ato foi uma resposta à nota da reitoria e à demora em tomar medidas a curto e médio prazo, anunciadas também em nota. “Esse é um ato em resposta à reitoria e à prefeitura de Seropédica. Foi um grande ato esse, estava parada a pista, deu pra dar nosso recados”, contou Tatianny Araújo, da NOS. As mulheres fecharam estradas em torno da universidade.
Elas também pedem que a guarda da universidade tenha como prioridade não a defesa do patrimônio material, mas a segurança das estudantes. “O maior patrimônio dessa universidade somos nós, eles têm que entender isso”, disse uma das manifestantes. Guardas universitárias em várias partes do país servem ao zelo material dos espaços universitários, e não como aplacadoras das violências que acontecem nos campi.
Feministas saíram do Rio pela manhã para prestar solidariedade e participar do ato na baixada fluminense.
*Texto publicado originalmente no site da NOS
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