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MOVIMENTO

Sindipetro MG: CUT vence, mas oposição é maioria na REGAP

Por Rafael Queiroz, de Betim, Minas Gerais

Terminou na madrugada deste sábado, 13 de maio, as eleições sindicais dos petroleiros de Minas Gerais. Por 499 votos a 459 a Chapa 1, apoiada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi eleita para diretoria do Sindipetro MG durante o triênio 2017-2020. A Chapa 2, apoiada pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e pela CSP Conlutas, obteve 48% dos votos válidos.

Uma breve análise dos votos apurados mostra que os aposentados sindicalizados tiveram grande relevância para o resultado. Na sede do Sindipetro MG, onde a imensa maioria dos votantes são aposentados, a Chapa 1 obteve 67% dos 290 votos válidos dessa urna. A Chapa 2 recebeu maioria dos votos dos trabalhadores que estão na ativa, incluindo 321 dos 576 votos válidos recolhidos nas 5 urnas itinerantes na Refinaria Gabriel Passos, o que nos revela que os que estão acompanhando dia-a-dia o aumento das adversidades que afrontam os petroleiros consideram como melhor programa de gestão sindical a proposta apresentada pelo grupo Tocha e que este se apresentou como a chapa mais preparada para dirigir o sindicato pelos próximos três anos.

Talvez por desinformação, a maior parte dos aposentados preferiu escolher a chapa que aparenta ser a continuidade da desídia e inércia diante da retirada de benefícios deles mesmos. É cada vez maior o ataque para retirada de direitos duramente conquistados pela categoria, como o Benefício Farmácia, a AMS (plano de saúde) e a Petros (previdência). O que se vê é uma morosidade da atual diretoria em intensificar os movimentos para defendê-los, contrariando a base da categoria, que se mostra cada vez mais disposta a lutar e fica inconformada sempre que percebe a atuação da FUP para esfriar esse sentimento.

É evidente que houve um enorme avanço na consciência da categoria petroleira de Minas Gerais, que se mostra insatisfeita com o desgoverno Temer e com a repugnante gestão de Pedro Parente e seu alto escalão de diretores, que a passos largos está privatizando a Petrobras. Percebe-se também um crescimento na busca por quem faz campanha de forma ética, sem alianças espúrias nem uso da máquina sindical ou mesmo ataques de baixo nível para vencer as eleições. Pois acreditam que é dessa forma que podemos construir um sindicato combativo, independente, suprapartidário e que trabalhe de fato para a categoria petroleira.

Concluído o processo eleitoral, é hora dos petroleiros estarem unidos e multiplicando suas forças com outras categorias para impedir a entrega ao capital internacional da maior empresa brasileira. Precisamos lutar pela soberania do Brasil sobre suas riquezas e o devido uso dessas para o desenvolvimento social do país.

Foto: Sindpetro-MG