Por Felipe Fonseca, de Juiz de Fora
Enquanto os empresários contabilizam prejuízos e o governo os impactos políticos no apoio à aprovação das reformas, a esquerda reflete sobre o acerto da convocação da greve geral e prepara novas ações, visando a continuidade dos calendário de lutas para barrar as reformas.
A imprensa e o governo, como de costume, tentam desqualificar a histórica greve geral no país. Veicularam que se tratava da luta dos “privilegiados” contra o fim de suas regalias, ou uma greve organizada por sindicalistas que temiam perder o imposto sindical. Apesar da cobertura tendenciosa da grande mídia e das declarações de Temer, os ministros e deputados aliados ao governos, bem como o Planalto, tem a convicção de que o evento de ontem representou um grande empecilho para concretização de seus objetivos. Essas reações já eram esperadas, porém, não foi suficiente para esconder o apoio da população e impedir o aprofundamento da impopularidade do governo Temer.
O que se viu pelo Brasil foram grandes manifestações em todos os estados e no Distrito Federal, contabilizando greves e protestos em 254 cidades do país. A greve geral teve repercussão desde as capitais até as pequenas cidades do interior, comprovando a abrangência da luta contra as reformas da previdência e trabalhista.
Um número expressivo de cidades teve greve dos transportes urbanos, criando um verdadeiro clima de paralisação generalizado. Além do setor de transporte, paralisaram os trabalhadores dos bancos, escolas, indústria e comércio. Dezenas também são os relatos de rodovias fechadas, piquetes nas garagens de ônibus e em fábricas, o que demonstra a forte presença do método de ação direta em várias localidades.
Como podemos ver, a força da greve geral não esteve restrita as capitais e regiões metropolitanas. Importantes cidades do interior, também, foram marcadas por grandes manifestações e greves de diferentes categorias. Cidades de médio porte, como Juiz de Fora, Londrina, Caxias do Sul, Campina Grande, Jundiaí, Ribeirão Preto, Volta Redonda entre tantas outras, realizaram ações que impactaram significativamente a rotina.
Desde que o governo e o congresso apressaram-se nas votações das leis de retirada de direitos, a popularidade de Temer vem despencando: chegou a 87% de insatisfação em 26 de abril. Por perceber que vem perdendo o debate na sociedade, o governo foi obrigado alterar o calendário de votação da Reforma da Previdência.
Embora a força da organização da classe trabalhadora tenha alterado os planos iniciais do governo em relação à Previdência, este conseguiu aprovar a Lei das Terceirizações e realizou uma manobra para acelerar a aprovação da Reforma Trabalhista, que teve um apoio de 296 deputados e segue agora para o Senado.
Por isso, embora o ano de 2017 já seja marcado pela realização de grandes lutas, é necessário, para barrar todos esses ataques, que, em cada cidade, os trabalhadores continuem organizados, dando continuidade às reuniões de organização dos comitês, fóruns e frentes de lutas contra as reformas. Através destes organismos unitários entre sindicatos, movimentos populares e juventude será possível resistir à ofensiva burguesa e aos ataques aos nossos direitos.
Foto de destaque: mobilização em Juiz de Fora, MG.
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