Por: Patrícia Vale, do Rio de Janeiro, RJ
A categoria bancária tem sido constantemente atacada com demissões, reestruturações, terceirização e retirada de direitos. Estudo do Dieese mostra que no primeiro trimestre de 2017 o setor bancário fechou 7.092 postos de trabalho no país. Foram 12.074 trabalhadores demitidos, com remuneração média de R$ 7.594,11, e 4.982 trabalhadores contratados, com remuneração média de R$ 4.318,05, o que significa uma diferença de quase 57% na remuneração média dos bancários. Ao mesmo tempo, a projeção feita por analistas é de que o lucro combinado dos quatro maiores bancos do país (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander) terá alta de 21% nestes três primeiros meses do ano, quando comparado com o mesmo período de 2016, atingindo R$ 14,9 bilhões.
As reestruturações dos bancos públicos, que nesse momento atingem sobretudo a Caixa Econômica Federal, que lançou um plano de desligamento voluntário em 7 de janeiro, tem papel importante na redução dos postos de trabalho na categoria. Em dezembro do ano passado, foram mais de nove mil postos de trabalho reduzidos pela reestruturação e plano de desligamento semelhantes, feitos no Banco do Brasil. Os bancos públicos vivem um verdadeiro desmonte, com redução de postos de trabalho e com fechamento de agências e outros pontos de atendimento à população.
A lei das terceirizações, aprovada na Câmara e sancionada por Temer, aprofundará toda essa situação. Ela significa uma grande ameaça à categoria, à medida que permite a terceirização de tudo, incluindo atividade fim, o que os bancos tentam fazer há muito tempo. Essa lei, junto com a Reforma Trabalhista, terá consequências desastrosas sobre os bancários. Levará ao aumento das demissões, à redução dos salários e dos direitos e a um enfraquecimento crescente da categoria e do seu poder de negociação com os bancos, ao mesmo tempo em que o negociado vai se sobrepor ao legislado.
Neste 28 de abril, bancárias e bancários de todo o país irão se juntar ao restante dos trabalhadores na greve geral contra as reformas do governo Temer. A maioria dos sindicatos do país realizou assembleia entre semana passada e esta terça-feira (25), aprovando a greve de 24 horas no dia 28. A greve foi aprovada no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Pará e em vários outros. Lamentamos a não realização de assembleia para deliberar sobre a participação na greve geral pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, o maior da categoria, que priorizou o calendário de eleições sindicais. Os bancários de São Paulo vão parar, mas com certeza a decisão sobre a paralisação, de forma democrática, em uma assembleia da categoria, fortaleceria muito a mobilização.
Não é novidade a participação da categoria bancária em uma greve geral com uma pauta política como a que está colocada hoje. É uma categoria com uma história de participação em momentos decisivos da política nacional, tendo protagonizado lutas importantes, como na mobilização contra planos econômicos e na história da redemocratização e o fim do regime militar no Brasil.
A tarefa deste momento é, junto com o restante da classe trabalhadora, barrar as reformas da Previdência e Trabalhista e anular a lei das terceirizações.
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