Pular para o conteúdo
EDITORIAL

Dinâmica do Placar da Previdência indica derrota de Temer

Brasília – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia durante entrevista coletiva(Marcelo Camargo/Agência Brasil)

No dia 6 de abril, quinta feira, o Placar da Previdência lançado pelo Estadão revela um cenário complicado: 251 votos contrários à Reforma da Previdência. Como é uma Emenda Constitucional, a reforma precisa de 308 votos. O resultado de quinta feira, portanto, era insuficiente para aprovar o pacote.

Temer trabalhou bastante nos quatro dias que nos separam daquele placar. Na tarde de domingo, deixou o Palácio do Jaburu, onde reside em Brasília, para visitar Rodrigo Maia – DEM, em casa. O encontro também contou com a presença de quatro ministros, Raul Jungman – Defesa, Bruno Araújo – Cidades, Antônio Imbassay – Secretário de Governo e Mendonça Filho – Educação, o Presidente do Senado Runício Oliveria e o líder do Governo na Câmara Aguinaldo Ribeiro.

Apesar da operação, a atualização divulgada nesta segunda feira pelo Estadão revela um cenário ainda pior. O número de deputados contra aumentou para 272, 141 não tem posição e 100 estão a favor.

Entretanto, dos 100 que estão a favor 85 têm ressalvas. Quatro são os pontos mais questionados por esses 85 deputados: a idade mínima de 65 anos para as mulheres, a idade mínima de 65 para homens, a ausência de regras de transição e a exigência de 49 anos de contribuição para obtenção do direito à aposentadoria integral. Esses são os pontos que a equipe de Henrique Meirelles considera mais importante.

Portanto, o resultado devastador desta segunda feira é que o presidente tem 25 soldados fiéis, ou 25 deputados que votariam hoje, integralmente, na Proposta de Emenda Constitucional 287.  É um cenário bem distinto da votação da PEC 55 por exemplo, que passou com folga,  359 votos favoráveis no segundo turno da Câmara ocorrido em outubro.

O Governo vai tentar de tudo, a pressão será grande, dinheiro e cargos não irão faltar. Também não podemos descartar manobras, como a antecipação da Reforma Trabalhista. O que fica nítido, por ora, é que Temer perdeu o debate da previdência na opinião pública, e isso está ruindo sua base no Congresso.

Nada está garantido, mas isso prova que é possível vencer. É tempo de preparar pela base a greve geral do dia 28 de abril.

 

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil