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Frente de Esquerda Socialista lança declaração sobre conjuntura

Da Redação

A Frente de Esquerda Socialista divulgou, nesta quinta-feira (30), uma declaração oficial em sua página na rede social Facebook, sobre a conjuntura do país e as tarefas dos lutadores para o próximo período. De acordo com a nota, é necessário construir a unidade para resistir ao governo Temer e às suas contrarreformas,  mas com a tarefa de fortalecer um polo de esquerda “para além do lulismo”, com o balanço do que significou os 12 anos dos governos do PT.

O Esquerda Online divulga a nota da frente, na íntegra: 

Unidade contra Temer e suas reformas! Construir a greve geral e uma esquerda para além do lulismo

Neste mês de março, a esperança voltou às ruas. Impulsionado pela grande mobilização do 8 de março, dia internacional das mulheres (que aqui no brasil teve como eixo o combate à contrarreforma da previdência e como isso afeta diretamente as mulheres), o dia 15 de março – Dia nacional de lutas e paralisações contra as contrarreformas de Temer, marca categoricamente a possibilidade de um ciclo de mobilizações. Diversas categorias cruzaram os braços e impulsionaram os maiores atos de rua da classe trabalhadora organizada desde o impeachment e a ascensão do atual governo ilegítimo.

O fracasso dos atos da direita (MBL e afins) no último dia 26 reafirma, por sua vez, que é possível ganhar o debate nas amplas massas do país sobre o significado das reformas da previdência e trabalhista. Apesar da propaganda insistente do governo e da mídia corporativa, é visível o crescimento de uma consciência de que a classe dominante pretende operar um rebaixamento global das condições de vida e trabalho da imensa maioria do povo. É hora de transformar esse sentimento em ação coletiva.

Frente a crise econômica, empresários e banqueiros unem-se ao Palácio do Planalto e ao Congresso para reordenar todo o arcabouço jurídico da relação capital-trabalho no Brasil e proceder uma nova rapina sobre o fundo público, com vistas a recomporem suas taxas de lucro e preservarem os rendimentos usurários da dívida pública. É nesse marco que se pode compreender a tentativa de pôr fim à aposentadoria como a conhecemos, o enxugamento da rede de proteção social e a terceirização irrestrita – mecanismo de rebaixamento dos níveis salariais e de precarização dos direitos trabalhistas.

Já está demonstrado que o reacender da luta social no país depende, diante da ofensiva do governo, da maior unidade possível das forças dos trabalhadores, para que resistam, como um só bloco, aos planos dos poderosos. A possibilidade de um novo patamar de resistência à agenda de retirada de direitos sociais em curso deve motivar a que sigamos empregando o maior dos esforços na continuidade desse processo de luta.

O próximo dia 31 de março marcará mais um passo da resistência dos trabalhadores aos ataques do governo. É dever de cada trabalhador consciente engrossar as manifestações de rua que voltarão a colocar em causa a defesa do direito de não morrer trabalhando. Será um ensaio decisivo rumo a greve geral, convocada pelo conjunto das centrais sindicais, para o dia 28 de abril. A urgência de uma mobilização desse porte, que verdadeiramente pare o Brasil contra as reformas, já há tempo é maior que a iniciativa da maioria das centrais sindicais. Valorizamos, ainda assim, que tenham finalmente chegado a um acordo.

Estaremos na linha de frente na mobilização rumo a greve geral no dia 28 de abril. Para somar energias a construção dessa luta, participaremos de todos os espaços, plenárias abertas, reuniões nos sindicatos, fóruns, etc, que se disponham a organizar a resistência. Não é o momento de disputa de espaços ou de protagonismo. É hora de aproveitar todos os espaços que existem para potencializar a unidade e a articulação da resistência.

É com essa perspectiva que fortalecemos, no Rio de Janeiro, iniciativas como o operativo das centrais sindicais e a plenária dos atingidos pela crise, sempre na perspectiva de convergir as mais distintas forças da classe trabalhadora à luta unitária.

Também nesse sentido, defendemos a construção de comitês de luta contra as reformas e pelo “Fora Temer” nas categorias, universidades, escolas e bairros. É decisivo que as forças que compomos esta unidade chamemos a realizar assembleias nos locais de trabalho, para que sejam as bases as que tomem a greve nas suas mãos. Este é um compromisso da Frente de Esquerda Socialista. Em suma, colaboraremos com todo tipo de esforço que esteja a serviço de organizar a indignação e transformá-la em ação.

Em todas as lutas, ao mesmo tempo que defendemos a mais ampla unidade da classe trabalhadora, a Frente de Esquerda Socialista assume a tarefa de batalhar por uma nova alternativa de esquerda no Brasil, que supere a conciliação de classes e que tome as lições das alianças equivocadas do período anterior, que desarmaram completamente a esquerda para a disputa ideológica sobre quem paga pela crise deste país.

Não acreditamos que a candidatura de Lula à presidência em 2018, seja uma resposta a altura do que os trabalhadores brasileiros necessitam para combater o governo de direita. A ideia de que ricos e pobres, trabalhadores e empresários, poderiam governar em aliança em prol de interesses supostamente comuns não resistiu ao menor sinal de crise econômica.

As conquistas sociais parciais e residuais dos anos de PT mostraram-se tão frágeis que não impediram que, em menos de 2 anos, hoje já tenhamos uma enorme massa de desempregados e um deslocamento regressivo cada vez maior na pirâmide social brasileira. O que a história nos demonstrou, uma vez mais, é que sem contrariar interesses dos poderosos é impossível realizar transformações realmente estruturais – mais ainda em um país cujo desenvolvimento histórico engendrou patamares abissais de desigualdade social, reproduzidos mediante o uso permanente da repressão e da violência social e institucional.

O sectarismo e o isolamento tampouco podem fazer emergir uma nova alternativa política de esquerda no Brasil. É por isso que, ao mesmo tempo em que defendemos a maior unidade possível na luta contra Temer, o que obviamente inclui o PT, sustentamos a necessidade do conjunto da esquerda socialista no Brasil, partidos como o PSOL, PCB, PSTU e movimentos sociais combativos como o MTST, construam um novo bloco político alternativo e em oposição ao projeto “Lula 2018”, que busca subordinar novamente os interesses da classe trabalhadora aos do capital. Este bloco deve surgir pautando desde já a construção de um programa de emergência para a classe trabalhadora brasileira – sem conciliar com empresários e banqueiros.

A Frente de Esquerda Socialista é um esforço consciente por essa nova alternativa. Chamamos os trabalhadores, estudantes, mulheres, negros e negras, LGBTs a se somarem às colunas da Frente de Esquerda Socialista nos atos do dia 31 de março e 28 de abril. Convidamos, ainda, a nossa próxima plenária, no dia 7 de abril*. Venha fortalecer uma esquerda para além do lulismo.

Rio de Janeiro, 30 de março de 2017.

* A plenária da Frente de Esquerda Socialista debaterá o projeto de reforma da previdência (PEC 287) e contará com a presença da professora Sara Granemann, da Escola de Serviço Social da UFRJ. Será realizada no IFCS, dia 7 de abril às 18h30′.