EDITORIAL 25 DE MARÇO |
O dia 15 de março de 2015 colocou nas ruas do Brasil um movimento de massas reacionário como há muitos anos não se via no nosso país. Pela sua composição social e pelas suas pautas foi um movimento extremamente conservador e se mostrou decisivo como base social de apoio para a concretização do golpe parlamentar que resultou no impeachment de Dilma Rousseff.
Uma nova direita com discurso liberal, mas que na prática é ultraconservadora e com ações que muitas vezes lembram os agrupamentos fascistas, ganhou força política nos país. O MBL e o Vem Pra Rua ganharam destaque nesse processo político.
Agora, passados dois anos e concretizado o golpe com a posse de Michel Temer, esses movimentos de oposição contra a corrupção tornaram-se apoiadores de um dos governos mais corruptos da história do Brasil. Adotaram um programa que passou ao ataque direto sobre os interesses do nosso povo. Fim da aposentadoria, fim dos direitos trabalhistas, terceirização sem limites, privatizações, aposentadoria de 500 reais e muito mais.
Dois anos depois dos fatídicos atos verde-amarelo, as mobilizações deste 15 de março de 2017 colocaram a classe trabalhadora e a juventude de volta às ruas, com a pauta de defesa dos interesses mais urgentes do povo brasileiro. É essa grande unidade que tem, hoje, condições de defender os direitos e interesses dos trabalhadores brasileiros. Por isso, é importante construir um grande dia de luta em 31 de março, além do dia de greve geral que as centrais sindicais devem convocar em abril.
Por outro lado, o MBL está à frente da convocação de protestos por todo o país em 26 de março. São protestos de forte conteúdo reacionário, com uma pauta contra os interesses do povo brasileiro e de defesa das reformas e ataques do governo Temer. São protestos contra os direitos dos trabalhadores, da juventude, das mulheres, negros e LGBT’S. Fazemos um chamado a todos os trabalhadores e a juventude a não comparecerem nesses protestos. Segue abaixo cinco bons motivos para não irmos para as ruas neste 26 de março.
1. O protesto é em defesa da reforma da previdência de Temer
Os protestos são favoráveis à reforma da previdência de Temer que busca aprovar novas regras para aposentadoria em que os trabalhadores tenham que exercer oficio por 49 anos para aposentadoria integral e/ou tenham, no mínimo, 65 anos. Ou seja, os que estão mobilizados neste dia defendem que o povo brasileiro trabalhe até morrer.
Kim Kataguiri, líder do MBL, que nunca trabalhou, propôs renda mínima de 500 reais para os idosos acima de 65 anos. Hoje o valor mínimo é um salário mínimo (R$ 937,00).
2. Defende o fim da CLT e dos direitos trabalhistas
O protesto do dia 26 de março defende a reforma trabalhista proposta pelo Governo Temer, propondo que o negociado se sobreponha ao legislado. Porém, a direção do ato vai um pouco mais longe. O MBL defende o fim da CLT( Consolidação das leis trabalhistas), ou seja, defendem o fim do décimo terceiro, férias e outros direitos trabalhistas conquistados há décadas.
3. Apoia o PL da terceirização irrestrita
O MBL defendeu publicamente o projeto de lei da terceirização votada essa semana na Câmara dos Deputados e ainda comemorou como “vitória do povo brasileiro”. Uma das pautas é a defesa da terceirização irrestrita, inclusive na atividade fim. Colocando em risco a vida e os direitos de milhares de trabalhadores.
4. Defende a privatização da Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e de todas as empresas públicas.
Além de todos estes ataques aos direitos sociais e trabalhistas, defendem a privatização das empresas públicas brasileiras e querem pressionar o governo Temer a avançar nos processos de privatização para tornar cada vez mais
5. MBL defende o fim do FGTS
Aqueles que estiveram nas ruas no dia 15 de março de 2017, devem transformar sua indignação perante tantos ao mesmo tempo em força para ir as ruas no próximo dia 31 de março e a partir disso, organizar os trabalhadores nos locais de trabalho, de estudo e moradia para lutar contra estas organizações e contra o governo de Temer.
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