Por Marcello Locatelli, Curitiba, Paraná
O 8 de março deu novo ânimo à luta dos trabalhadores e da juventude. As mulheres foram às ruas e demonstraram que existe disposição de mobilização contra as reformas nefastas de Temer. Predominou o sentimento de que é preciso unificar toda classe trabalhadora para fortalecer a resistência contra os ataques. É neste caminho que precisamos avançar.
Após o golpe parlamentar que levou Temer ao poder, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional (PEC 55) e a Reforma do Ensino Médio, duas medidas que prejudicaram duramente os trabalhadores e a juventude. Tivemos um importante movimento de resistência a estes projetos, em que os estudantes estiveram na vanguarda e mostraram saber o que querem para o futuro. No entanto, este movimento não teve a participação ativa da maioria da classe trabalhadora brasileira, uma condição necessária para que tenhamos a possibilidade de derrotar o governo.
Agora Temer quer aprovar a Reformas da Previdência e Trabalhista, quer que os trabalhadores não se aposentem e não tenham mais os direitos trabalhistas que hoje são assegurados na CLT.
O 15 de Março promete ser forte em Curitiba
Diversas categorias irão às ruas neste 15M em todo país. Em Curitiba, vão paralisar: os metalúrgicos (Volvo, Volkswagen, Renault, Bosch, Case New Holland, WHB, entre outras); os motoristas e cobradores; os servidores das universidades federais; os professores e funcionários da educação estadual; os professores da rede municipal; os bancários; os servidores da saúde estadual; servidores municipais, os carteiros e petroleiros.
Este cenário se estende para todo o estado do Paraná, estão programadas manifestações e paralisações em várias cidades, alguns exemplos são os químicos na região metropolitana de Curitiba e os metalúrgicos e portuários de Paranaguá.
Em Curitiba, a concentração está programada para as Praças Santos Andrade, Tiradentes e 19 de Dezembro a partir das 9h. Também ocorrerão diversas manifestações nas fábricas, terminais e garagens de ônibus. Às 10h acontecerá uma Audiência Pública sobre a Reforma da Previdência (PEC 287), a maioria das manifestações irão se dirigir para Assembleia Legislativa do Paraná.
Esta movimentação conta com o envolvimento de várias organizações políticas e sindicais que representam os trabalhadores no Paraná. Participam deste esforço as centrais sindicais (CUT, CSP e Força), os movimentos sociais, os coletivos e entidades dos estudantes, a Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e a Frente CWB Resiste.
Por uma Frente Única dos Trabalhadores e da Juventude
Para derrotar as reformas precisamos da mais ampla unidade de classe em âmbito nacional. Temer tentará unificar os partidos de direita e as entidades que representam os interesses da burguesia para tentar garantir maioria parlamentar para aprovar até maio a Reforma da Previdência.
Existem importantes iniciativas de unificar as forças da classe trabalhadora no país, tais como os ‘Comitês Sindicais e Populares Contra a Reforma da Previdência’ e as propostas de organizar ‘Plenárias de todos atingidos pela crise’.
Corremos contra o tempo. As organizações políticas, movimentos sociais e lutadores do Paraná que se reúnem na Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular, CWB Resiste, Frente de Resistência Democrática, coletivos de juventude e nas centrais sindicais precisam unificar a maioria da classe para barrar os ataques.
Toda unidade de ação é importante e contribui para fortalecer a luta. Mas precisamos avançar em uma Frente Única dos Trabalhadores e da Juventude, que unifique a maioria das organizações da classe em ‘Plenárias’, ‘Comitês’, ‘Encontros’ que tenham o objetivo de fortalecer a resistência organizada contra a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista e pelo Fora Temer. As bases nas escolas, fábricas, canteiros de obra, universidades, garagens de ônibus, refinarias e nos bairros precisam ser envolvidas nesta grandiosa tarefa que está em nossas mãos.
As direções que estão à frente da maioria e maiores organizações da classe trabalhadora tem enorme responsabilidade em trabalhar por esta Frente Única. Quem não trabalhar por este objetivo estará enfraquecendo e sabotando a resistência unificada dos trabalhadores.
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