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EDITORIAL

“Um dia sem mulheres”: o 8 de março pelo Mundo.

 

 

Por Gleice Barros do ABC, SP.

Foto: Tucumán, Argentina. Crédito: LA NACION / Fernando Font

Se no Brasil, as manifestações e atos pelo dia internacional da mulher levaram milhares de mulheres às ruas em mais de 60 cidades, no mundo não foi diferente. O chamado mundial de paralisação contra a violência e o machismo se concretizou em atos por diversas cidades ao redor do  mundo.

 

Mulheres, crianças e homens levavam cartazes, fizeram intervenções artísticas, dançaram, exigiram o fim da violência e do assédio, equiparação salarial, comida, mais qualidade na educação e saúde.

Como foram os atos?

 

No México, as manifestações aconteceram em mais de 20 cidades. O país registra um índice de seis mortes de mulheres por dia. Entre 2006 e 2014, mais de seis mil mulheres desapareceram e dois terços das mulheres acima de 15 anos já sofreram assédio.

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México. Foto: Yazmín Ortega

 

Na Argentina, onde os números da violência cresceram mais de 78% nos últimos oito anos, foram registrados protestos, os chamados “ruidazos” em mais de 60 cidades.  No Uruguai, houve paralisações e atos na capital Montevidéu e participação de centenas de milhares.

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Buenos Aires. Foto:Mario Quintero/ Clarin

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Montevidéu. Foto Esquerda Diário Uruguai

Já nos Estados Unidos, os atos não foram tão numerosos quanto no 21 de janeiro – contra o governo Trump, mas foram registradas paralisações nas cidades de Washington, Nova Iorque, Baltimore, Filadélfia, Los Angeles, entre outras, com participação em peso de professoras. O tom segue sendo contra a política excludente e machista do governo de Donald Trump.

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Los Angeles, EUA. Foto: Francine Orr /Los Angeles Times

 

 

Professoras e educadoras australianas paralisaram seus trabalhos no meio da tarde às 15:20. Segundo elas, este seria o horário em que passam a trabalhar de graça, devido à diferença salarial com os homens. Mais de mil creches tiveram os trabalhos paralisados.
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Melboune, Austrália. Foto: Revista Marie Claire

 

Em Tóquio, no Japão, mais de 300 mulheres se reuniram nas ruas com cartazes com os dizeres “Reduzam a jornada de trabalho dos homens para que possam ajudar na criação dos filhos”.

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Shibuya, Tóquio. Foto: Satoko Kawasaki .

 

O presidente russo Vladimir Putin fez pronunciamento em rede nacional e ressaltou a beleza e vitalidade feminina, além de elogiar a pontualidade das mulheres. Enquanto isso, sete mulheres foram presas durante protesto realizado no Kremlin.

 

As curdas foram vistas realizando danças à sudoeste da cidade de Diyarbakir, na Turquia e houve manifestações em Istambule Ancara. Em Vancouver, Canadá, foram realizados flash mobs (concentração instantânea de pessoas para realizar uma intervenção artística ou política). Na Romênia, as manifestantes se deitaram no chão para lembrar aquelas que foram assassinadas devido à violência machista.

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Vancouver. Foto: Xinhua/Barcroft Images

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Romênia. Foto: Daniel Mihailescu/AFP/Getty Images

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Istambul. Foto: Bulent Kilic/AFP/Getty Images

 

Foram registrados atos e protestos em mais de 50 cidades na Espanha. Estimativas contabilizam mais de 500 mil pessoas nas ruas.

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Espanha. Twitter/IzquerdaDiario.Es

Na Polônia, milhares foram às ruas contra os planos do atual governo de criminalização do aborto, hoje legalizado no país.

 

Na Nigéria, em Nairobi, no Quênia, e Dakar, Senegal, também houve atos. Organizações feministas planejam greve e paralisações no dia 31 de julho, dia da mulher africana.

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Nairobi. Foto:Dai Kurokawa/EPA

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Nigéria. Foto – Jornal The Guardian (Handout)

 

Chile, Irlanda, Inglaterra, Tailândia, Índia, Coreia do Sul, Filipinas, Líbano, Paquistão, Iêmen, Alemanha também tiveram atos e paralisações.
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India. Foto: Narinder Nanu/AFP/Getty Images

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Seul: Foto: Jean Chung/Getty Images
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Paquistão. Foto:  Anjum Naveed/AP

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Sanaa, Iêmen. Foto: Yahia

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Manila, Filipinas. Foto: Ted Aljibe/AFP

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Berlim. Foto: Emma Anderson/The Local
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Santiago do Chile. Foto: Xinhua

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Dublin, Irlanda. Foto: People Before Profit

As ruas pelo mundo se encerram de vermelho e roxo e as mulheres mostraram sua disposição para lutar contra os ataques dos governos e o machismo. Com certeza este 8 de março foi excelente passo.