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MOVIMENTO

15M: São Paulo pode parar

Por: Richard Araújo, de São Paulo, SP

Na noite de quinta-feira (9), quase 60 dirigentes de sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais e políticos se reuniram no Sindicato dos Metroviários de São Paulo numa plenária convocada para preparar as iniciativas unitárias de construção do 15M, dia nacional de paralisações, greves e manifestações contra a Reforma da Previdência de Temer. A data, inicialmente convocada pelos sindicatos da educação básica como o início a greve nacional da educação, foi incorporada pelas centrais sindicais como um dia nacional de mobilização.

Dentre as representações presentes, além do Sindicato dos Metroviários, estavam dirigentes da APEOESP, SINPEEM, Sinasefe, Sindicato dos Condutores de São Paulo, Oposição do SINTECT (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios), Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Sintraemfa, Sintaema, Sindicato dos Trabalhadores da CPTM (linhas da Zona Leste), Sindicato dos Eletricitários e dentre as centrais sindicais a CSP Conlutas, Intersindical, CUT, UST, Nova Central Sindical. As Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular também estavam presentes.

A reunião começou com dois informes importantes: a possibilidade de paralisação no dia 15 dos metroviários e dos trabalhadores do transporte urbano, que já votaram em suas assembleias a paralisação e que se reunirão às vésperas do 15M para deliberar definitivamente sobre a adesão à greve, que caso se confirme pode dar contornos de greve geral ao dia na cidade de São Paulo.

A reunião cumpriu o importante papel de apresentar um quadro das iniciativas e dá mobilização já encaminhadas pelas entidades, movimentos e centrais, que expressam que a proposta de Reforma da Previdência de Temer está iniciando uma importante agitação na classe trabalhadora que começa a entrar em movimento e sinaliza a disposição de enfrentar os ataques do governo. As ações informadas pelas organizações sinalizam a possibilidade e disposição de várias categorias em realizar greves e paralisações das atividades neste dia, para além da educação, que desde janeiro está se mobilizando para a construção de uma greve nacional.

Além do raio x das ações que estão sendo construídas pelas diversas categorias representadas, a reunião também cumpriu o papel de encaminhar algumas iniciativas unitárias na cidade, que podem ajudar na tarefa de massificar a campanha contra a Reforma e a convocação do 15M. Dentre as iniciativas aprovadas estão a realização de panfletagens em algumas estações de Metrô da cidade e em grandes concentrações populares (praças, terminais de ônibus) nos dias 13 e 14 de março, a organização de bloqueios em algumas avenidas e vias importantes nas regiões no período da manhã e o ato unitário contra a Reforma da Previdência no final da tarde na avenida Paulista no dia 15.

A realização desta plenária e os encaminhamentos de iniciativas unitárias entre os sindicatos, movimentos e centrais foram muito importantes. Principalmente depois da vitória que foi a unificação da luta da educação com os movimentos feministas, que colocou dezenas de milhares nas ruas de São Paulo no 8M.

A unificação da resistência é a única alternativa que temos para criar as condições de derrotar a unidade burguesa que quer nos impor um retrocesso histórico com a aprovação da Reforma da Previdência. A alegria que se expressava nos rostos das educadoras e educadores, das militantes dos movimentos feministas na última quarta-feira quando se encontraram nas ruas e na luta contra este ataque é a comprovação de que a classe trabalhadora começa a compreender que somente unindo nossas forças teremos condições para barrar a Reforma e derrotar o governo golpista.

Por isso é fundamental que não paremos aqui. É necessário que esta unidade expressa na plenária de ontem e nas ações que faremos para construir o 15M siga para a preparação de mais iniciativas depois do 15M, na criação de comitês e frentes contra a Reforma nos bairros e regiões da cidade, na construção de um calendário de mobilização e luta que permita construir outros dias nacionais de luta, dando passos decididos para a construção de uma greve geral no país.

Veja o que cada categoria está organizando para o 15M:

Metroviários SP: greve de 24h no dia 15 (assembleia no dia 14 delibera sobre a greve)

Condutores SP: vai parar da 0h as 8h (na véspera realizará assembleia que poderá ampliar o período de paralisação)

Plenária do setor de transportes em SP: segunda-feira às 15h para aprovar a participação no dia de luta com os trabalhadores da base de Osasco, ABC e Guarulhos

Metalúrgicos SP: Vai parar em peso a zona sul com passeata e grande ato na ponte do Socorro. Nas demais regiões (leste, oeste e norte) vão parar as principais fábricas e realizar atos nas regiões

APEOESP (Professores estaduais): vai parar a partir do dia 15 e convoca assembleia na República, às 14h. Em seguida vai para Paulista se incorporar no ato unificado.

SINPEEM (Trabalhadoras/es em educação da rede municipal de São Paulo): vai parar a partir do dia 15 e convoca assembleia no viaduto do Chá em frente ao gabinete da Prefeitura.

SINASEFE (Servidores Federais): vão parar no dia 15

Servidores Municipais: vão parar no dia 15 e convocam para Paulista

SINTUSP: vão parar dia 15

SINDSEF: vão parar dia 15

SINTRAJUD: vão parar dia 15

Luta Popular SP: vai fazer manifestações em avenidas e estradas

Bancários: vão parar os bancos na região da avenida Paulista no dia 15

*Eletricitarios:* vão parar 24h no dia 15

Correios: assembleias em todos os estados no dia 14 para organizar a paralisação de 24h no dia 15

*Sintaema – Sabesp:* vão parar metade do dia

*Sindsaude:* vão parar vários hospitais dia 15

*Quimicos SP:* vão parar dia 15

*Municipais e Professores de Fco Morato:* vão parar dia 15 e virão para a Paulista

*Quimicos de Osasco e bancários de Santos:* vão fazer manifestações em avenidas

*Quimicos SJC:* vão parar as fábricas

*Metalúrgicos SJC:* vão parar as fábricas e fazer manifestações em avenidas e estradas

*Metroviários de BH:* vão parar 24h no dia 15

*CNTE:* entidade nacional da educação convoca greve a partir do dia 15

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*Encaminhamentos*

*Carta aberta unificada (100 mil cartas):* no dia 14 às 6h nas estações de Metrô com assinatura de todas as entidades

*Inserção em rádios:* informando os trabalhadores e convocando o dia 15

*Carros de som:* nas portas de fábricas e nos bairros convocando a paralisação

*Ato unificado na Paulista:* dia 15 às 16h