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OPRESSÕES

Chamado ao 8M unitário em Campinas

NENHUMA A MENOS  – NENHUM DIREITO A MENOS 8 DE MARÇO

DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES

Nesse 8 de Março as mulheres do mundo todo vão às ruas no Dia Internacional de Luta, paralisando suas atividades de trabalho, para dizer que nossas vidas importam, e questionamos as corporações: como irão produzir sem nós?

Desta forma, fazemos um chamado a toda classe trabalhadora, com protagonismo das mulheres, para que nesse dia internacional de luta também paralisemos nossos locais de trabalho e de estudo, tomando as ruas de assalto para reivindicar nossos direitos e lutar contra o machismo e contra o feminicídio! E que possamos também sair desse dia de luta internacional das mulheres rumo a Greve Geral Nacional, chamada para o dia 15 de março para lutar contra todos os ataques as trabalhadoras e trabalhadores.

Em Campinas, começamos 2017 com a notícia de uma chacina feminicida em nossa cidade. Isolado, esse é um fato chocante, mas somado às estatísticas, nos mostra que o Brasil é o 5º país no ranking dos que mais matam mulheres no mundo e mostra a violência cotidiana a que somos expostas. O ódio às mulheres, que nomeamos como misoginia, é a absoluta descrença de que as mulheres têm o direito de decidir sobre seus corpos e suas vidas, com o cenário político atual essas opressões têm se intensificado. O que aconteceu em Campinas é apenas mais um caso que escancara o machismo que faz vítimas todos os dias e fez com que um homem premeditasse a morte de Isamara e mais oito mulheres de sua família, além do filho.

A chacina ocorrida no início do ano e o recorrente assassinato de mulheres (feminicídio) não podem continuar sendo tratados pelo prefeito Jonas Donizete e por demais autoridades como ‘crimes passionais’ ou ‘tragédias familiares’. O primeiro passo para combater esse tipo de violência contra as mulheres é o reconhecimento de que esses crimes se tratam de feminicídio sim, atribuindo-lhes sua real gravidade e demandando e implementando políticas públicas específicas.

Nossa luta é todo dia! Quando vamos às ruas dizer que queremos o fim da cultura do estupro, que objetifica todas as mulheres e legitima os homens a invadir nossos corpos sem consentimento, como se fossem de fato mercadorias à serviço deles.

Quando vemos as nossas pautas constantemente arquivadas e nossos problemas cada vez mais aumentando, como exemplo a pauta do aborto, uma pauta histórica no movimento feminista e que precisa ser atendida, no sentido de ceder aborto legal, seguro e gratuito para todas as mulheres pelo SUS.

Quando enfrentamos o golpe, os golpistas e a conjuntura nacional que impõem uma série de retrocessos que impactam, em primeiro lugar, na vida das mulheres, especialmente as mulheres pobres e negras. Ou quando dizemos não à “Reforma da Previdência”, que faz retroceder no reconhecimento das diferenças na organização do tempo e trabalho de mulheres e homens, sugerindo que todas e todos se aposentem com o mesmo tempo de contribuição (até a morte, diga-se de passagem), sem considerar que as mulheres ainda são as principais responsáveis pelo trabalho doméstico e de cuidados, cumprindo dupla – por vezes tripla – jornada, quando esses serviços não são deixados a cargo de outras trabalhadoras que, em muitas vezes são mal pagas e não tem seus direitos respeitados.

Além disso, as mulheres são as únicas provedoras em 37% dos lares, recebendo em média 30% a menos que os homens. As mulheres negras chegam a receber 70% a menos que os homens brancos e são ainda mais afetadas pelo desemprego e a precarização do trabalho. Queremos salário igual para trabalho igual, queremos o reconhecimento do trabalho doméstico e de cuidados, queremos o fim da exploração de meninas e mulheres!

Nós mulheres seguimos lutando também quando nos colocamos contra a homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia, responsável pela morte e agressão de uma série de jovens no Brasil. Quando enfrentamos o racismo institucional que cerceia uma série de direitos da população negra, como a negação do direito de ir vir a uma juventude que é a maior vítima de genocídio do Brasil e instaurando medo em muitos lares e nos corações de muitas mães, mulheres negras.

Quando em 2015, Eduardo Cunha e sua corja reacionária tentaram aprovar o PL 5069 para inviabilizar o atendimento às mulheres vítimas de estupro e não nos calamos, fomos às ruas gritar o “Fora Cunha”. E agora, permanecemos nas ruas exigindo “Fora Temer” e fora todos os inimigos da vida das mulheres!

Nesse 8 de março, vamos à luta sem nos esquecer que o governo ilegítimo de Michel Temer, assim como os governos anteriores seguem atacando as políticas públicas conquistadas pelas mulheres, sem fazer avançar nenhum direito, nem a elementar legalização do aborto e que o estado de São Paulo e seu governador Geraldo Alckimin, foi o último assinar o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência Conta a Mulher, e que Campinas ainda hoje não tem uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) com atendimento 24 horas e tratamento humanizado às mulheres vítimas de violência, nem contém um juizado especial, ainda que a RMC seja composta por 20 cidades. Vamos às ruas dizer que queremos o que nos é de direito! Por uma vida sem machismo, sem racismo, sem LGBTfobia: Nenhuma a Menos!

Nenhum direito a menos! 8MBrasil #8MEuparo #paradabrasileirademulheres

Ato: Praça José Bonifácio (Catedral) no centro de Campinas. Concentração a partir das 16h.
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8 de março / campinas