Por Gizelle Freitas, de Belém, PA
Com o céu nublado (sim! Estamos no inverno amazônico), a mulherada trabalhadora saiu às ruas nesse 8M em Belém, seguindo o chamado da parada internacional de mulheres organizada por 50 países, e também fazendo parte do circuito das cidades brasileiras, que ou de manhã ou de tarde, realizaram grandes manifestações.
Foi um ato construído entre as diversas forças políticas, centrais sindicais como a CUT, CSP Conlutas, Intersindical, movimentos de mulheres negras, de mulheres do campo e da cidade. Participamos de um bloco de esquerda dentro do ato que tinha uma faixa unificada, também unificamos a bateria/agitação, com palavras de (des)ordem conjuntas.
Quantitativamente, algumas falaram em 1500 pessoas outras em 2000, o fato é que marchamos pelas principais avenidas da cidade entoando palavras de ordem contra a violência à mulher, qualquer forma de opressão e contra a exploração, mas assim como carnaval o hit do ato foi: FORA TEMER (e leve junto seu pacote de maldades).
Reafirmamos que o lugar da mulher é onde ela quiser, principalmente, na luta, ao lado dos homens trabalhadores para juntos construirmos uma sociedade onde sejamos socialmente iguais.
Historicamente, nos atos do 8 de março, durante o percurso há místicas onde são abordados alguns temas, este ano não foi diferente, falamos da legalização do aborto; a luta da mulher negra contra a aliança entre o machismo e o racismo; a luta da mulher camponesa e uma parada em frente a sede do INSS onde denunciamos com uma mística, a reforma da previdência do governo Temer.
(mística realizada pelo coletivo Juntas)
Os cartazes e faixas traziam a denúncia de que, segundo o IBGE, 44% das mulheres empregadas não tem a carteira assinada. Que sobre a violência, recentemente, o IPEA demonstrou que em 2016, a cada hora, 503 mulheres sofreram agressão, que mais de 2 milhões de mulheres foram ameaçadas e mortas. Que o espancamento brutal que levou Dandara à morte (em Fortaleza), não pode ser naturalizado. Necessitamos combater qualquer forma de violência diariamente, continua sendo pela vida das mulheres.
E não há dúvida, o que Temer quer aprovar através da reforma da previdência é uma violência sem precedentes à classe trabalhadora, o maior ataque aos nossos direitos desde a redemocratização do país. Nesse sentido, em nossas falas no carro som, o recado dado foi o seguinte: nossa próxima tarefa é construir atos massivos de norte a sul nesse 15 de março, unificar forças com a greve nacional da educação e que seja o estopim para incendiar as demais categorias para barrar a reforma da previdência.
Foto: Andrea Neves
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