Por Martina Gomes, Professora da rede municipal de Porto Alegre
Em sessão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre (neste 1º de março), o secretário da educação Adriano Naves foi convocado para apresentar aos vereadores suas Novas Diretrizes para a Rotina Escolar. Após mais de meia hora de explanação sobre as bases para sua proposição de mudança na rotina escolar, a serem implantadas a partir de 6 março (inicio do ano letivo), o que se viu foram sucessivas repetições de jargões com pouco conteúdo pedagógico.
Ao abrir para as declarações dos vereadores houve um discurso que se demonstrou quase como uma unanimidade, exceto o líder do governo Cláudio Janta (Solidariedade), que foi o da necessidade de se revogar o decreto que muda a rotina escolar em prol de uma discussão democrática e mais aprofundada com a comunidade escolar.
Sem dúvida, o impacto da mobilização da categoria desde o anúncio das medidas fez com que houvesse esta inflexão nos discursos de vereadores de diferentes partidos. Frente à negativa dos educadores em aceitar as mudanças é visível que será um momento de difícil governabilidade para o atual governo, e isto foi identificado até pelo vereador do PMDB André Carús quando o mesmo afirmou: “O governo municipal não pode, a cada mudança que pretenda fazer na cidade, provocar uma confusão como essa”.
Neste momento, junta-se ao clamor da categoria, a maioria das intervenções dos vereadores de Porto Alegre. Os próximos dias serão de ampla organização nas escolas para derrotar esta nova normativa. Na sexta-feira, haverá assembleia da educação municipal para decidir sobre o início do ano Letivo e no próximo dia 9, uma assembleia geral de municipários.
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