Editorial 15 de fevereiro
Todas as centrais sindicais do Brasil estão chamando um dia de paralisação nacional no dia 15 de março contra as reformas Trabalhista e Sindical. Este dia será decisivo para o futuro da classe trabalhadora, pois será uma batalha por direitos conquistados com décadas de luta.
Essa é uma ótima notícia, pois a unidade entre as centrais não estava sendo algo fácil de se conseguir. A data escolhida inicialmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) acabou sendo consenso. O objetivo é que trabalhadores de todas as categorias se mobilizem.
Com certeza, existem e sempre vão existir diferenças entre as várias correntes do movimento sindical. A maioria das direções sindicais deixou muito a desejar nos últimos anos, quando apoiou os governos do PT, que atacou a classe trabalhadora. Mas, agora é hora de unidade contra um inimigo maior: Michel Temer e seu plano de fazer o Brasil retroceder cem anos.
Se a reforma da Previdência for aprovada, um trabalhador só vai ganhar aposentadoria integral com 49 anos de contribuição. Isso, na prática, vai fazer com que muitos morram sem chegar à merecida aposentadoria. O governo diz que a previdência é deficitária, mas isso é mentira. Eles querem é tirar dinheiro dos aposentados e dar aos bancos em forma de pagamento da dívida pública.
Outro retrocesso que este governo prevê é a reforma trabalhista. Se ela for aprovada, vários direitos, como a carga horária de 44 horas e as férias de 30 dias, não estarão mais garantidos. Eles poderão ser retirados mediante “livre negociação”, ou seja, os empresários poderão fazer chantagem com ameaça de demissão e obrigar os trabalhadores a abrirem mão de seus direitos.
É possível vencer
Muitos trabalhadores se perguntam se é possível vencer o governo Temer, que tem apoio da mídia e da maioria do Congresso. A história mostra que sim. No final dos anos 70, uma greve de metalúrgicos colocou a ditadura militar de joelhos. Era um período bem mais desfavorável. Em 2013, em plena realização da Copa das Confederações, milhões foram às ruas e assustaram as elites do país.
Os trabalhadores não suportam mais a situação. O desemprego atinge 23 milhões de pessoas e as pequenas conquistas sociais estão em risco. O atual governo se mostra muito pior que os anteriores e, a cada dia, aparece um escândalo de corrupção diferente. Motivos para ir às ruas não faltam.
Para que a mobilização dê certo, é importante que todos aqueles comprometidos com a luta dos trabalhadores façam desde agora um bom trabalho de base. É preciso ir para as fábricas, bancos, escolas e demais locais de trabalho divulgar o dia de mobilização. As direções sindicais têm a obrigação de fortalecer este trabalho.
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