Ato contra aumento da tarifa em Curitiba é duramente reprimido por Greca e Richa

Por: Evandro Castagna, de Curitiba, PR

Terror. Bombas, bala de borracha, viaturas acelerando contra manifestantes e prisões. Este foi o desfecho do ato contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, em Curitiba. Aproximadamente mil jovens, estudantes e trabalhadores exigiam o cancelamento do aumento da mais alta tarifa do país, a abertura das contas da URBS – urbanização de Curitiba, controlada absurdamente pelas empresas que terceirizam o serviço – e o rompimento dos contratos com as empresas privadas, que passou por uma CPI que indicou existência de fraude nas licitações e preços abusivos.

Indignação e revolta contra os bancos privados
Uma minoria de manifestantes quebrou vidraças do Banco Itaú e Bradesco em repúdio às medidas de austeridade, impulsionadas pelo governo Michel Temer (PMDB), Beto Richa (PSDB) e apoiada por estas instituições financeiras.

É importante ressaltar que banqueiros “podres de rico”, para garantirem a apropriação de quase metade do orçamento do país (via títulos da dívida pública), apoiam as medidas de Temer que cortam investimentos em saúde e educação e direitos da juventude e dos trabalhadores. Embora estas ações possam ser questionáveis, são perfeitamente compreensíveis diante da dimensão dos ataques que vêem sofrendo.

O aumento absurdo da tarifa jogou gasolina na chama da indignação contra a aprovação da PEC 55 e as futuras reformas da Previdência e Trabalhista, que acabarão com a perspectiva de futuro, principalmente da juventude trabalhadora.

curitiba 2

As ordens de Greca e Richa e o papel dos policiais militares
A resposta de Rafael Greca (PMN) e Beto Richa, fanáticos apoiadores do golpista Temer e de suas medidas de ajuste fiscal, foi ordenar a repressão policial e prisão de onze pessoas, todas já liberadas, algumas sob pagamento de fiança. O número de infiltrados (P2) foi muito imenso, o ato foi filmado do começo ao fim por policiais militares.

É necessário construir um diálogo com os soldados da PM que precisam parar com a repressão. Eles também serão também afetados com o ajuste fiscal. As reformas da Previdência e Trabalhista atacarão diretamente suas condições de vida e de seus familiares. O aumento da tarifa também. A PEC 55 igualmente. Beto Richa, Temer e Rafael Greca são todos nossos inimigos.

Sabemos, os soldados cumprem ordens e seus comandantes os consideram como “corpos sem cabeça”. Por isso, é urgente a construção de um profundo debate sobre a necessidade de desmilitarização da PM, para que exista democracia nos quartéis com garantia de direitos civis aos soldados, como sindicalização, direito de greve, liberdade para lutarem por seus direitos e elegerem seus comandantes. É necessário tirar o controle das forças armadas das mãos dos governadores.

Fortalecer a unidade
A luta não cessará. Já para os próximos dias, teremos novas manifestações. Precisamos pensar nas melhores táticas que façam com que o movimento cresça e seja capaz de impor uma derrota a Greca e Richa, e para que esta luta sirva como um ensaio geral às próximas batalhas contra Temer e suas reformas da Previdência e Trabalhista.

Mais do que nunca, precisamos construir uma Frente Única contra o plano do imperialismo e seus capachos nacionais e regionais de jogar a conta da crise dos bilionários nas costas dos trabalhadores e seus filhos.