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BRASIL

Após São Paulo, ação popular suspende aumento dos vereadores em Nova Iguaçu, RJ

Da Redação

Durou pouco o aumento abusivo dos vereadores de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Mesmo com os servidores municipais sem receber salários por vários meses, os vereadores aprovaram um aumento de mais de 80% para o Presidente da Câmara e em torno de 50% para cada vereador. O Movimento Ocupa Nova Iguaçu realizou acompanhamento popular das sessões da Câmara e um abaixo-assinado que teve grande repercussão. Após ser consumado o aumento, o movimento entrou com uma ação popular através do escritório de advocacia Marchiori & Figueiredo, o mesmo que conseguiu suspender o aumento dos vereadores em São Paulo. Com isso, o aumento dos vereadores do município está suspenso.

A notícia foi comemorada pelos servidores e pela população do município. “Enquanto os servidores ficam sem salário e a cidade vive um caos social, os vereadores debocham da população. Não podemos deixar este e outros desmandos ficarem impunes”, defendeu o petroleiro Thales Leopoldo, membro da coordenação do movimento Ocupa Nova Iguaçu.

Também integrante do movimento, Ricardo Portugal explicou como surgiu a ideia de se contrapo à medida dos vereadores. “O movimento Ocupa Nova Iguaçu se organizou a partir de uma denúncia de que os vereadores tinham aumentado o salário em mais de 85%, isso num contexto de crise financeira, de caos social em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro e no país. Conseguimos arrecadar diversas assinaturas e abaixo-assinados, mais de duas mil assinaturas foram conseguidas e ingressamos no Ministério Público contra essa situação, esse escândalo abusivo, um desperdício de dinheiro público que a Câmara promoveu em contraste com a crise que assola o município e o estado do Rio de Janeiro”, explicou.

Além dessa ação do MP, o grupo entrou com uma ação popular na Justiça movida por pessoas ligadas ao movimento Ocupa Nova Iguaçu. “Assumimos o protagonismo dessa luta e saímos vitoriosos. Conseguimos uma liminar sustando e barrando o aumento da Câmara Municipal de Nova Iguaçu, a exemplo da Câmara de São Paulo, onde os vereadores se autoconcederam o aumento e o movimento popular, através do MAIS, conseguiu barrar esse aumento. Isso foi o que nos inspirou aqui na cidade”, completou o servidor. “Eles iriam receber e agora não vão mais. Isso é uma demonstração de que só a luta pode mudar a vida”, completou.

A decisão foi inspirada na ação de Juliana Donato contra o aumento decidido pelos vereadores de São Paulo, iniciada a partir da organização de um abaixo-assinado. Juliana é representante eleita pelos trabalhadores no Conselho de Administração do Banco do Brasil e membro do Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS). “É muito importante esse tipo de iniciativa porque, com tantos ataques que vão vir, que não é apenas o aumento dos salários dos vereadores, como as reformas da Previdência e Trabalhista, o que a gente mais precisa nesse momento é dos trabalhadores organizados. Parabéns pela iniciativa de vocês de organizar esse movimento e  pelo sucesso”, parabenizou Juliana. A possibilidade de barrar o aumento foi defendida pelo Professor da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do Esquerda Online, Henrique Carneiro, na matéria “Aumento de vereadores em São Paulo: a política institucional versus a política das ruas” e pela advogada que acompanhou a ação, Ana Lúcia Marchiori, no texto “É possível barrar definitivamente o aumento dos vereadores em SP”.

Assista, no vídeo, a mensagem de Juliana Donato após a suspensão do aumento dos vereadores de Nova Iguaçu


Decisão, na íntegra

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Foto: Sindconir