Por: Janaína Oliveira, colunista do Esquerda Online
Entres as inúmeras habilidades do filhote de tucano que está à frente da prefeitura de São Paulo, acredito que passar e dar vexame são as suas mais destacadas. O ano mal começou, pouco menos de 25 dias se passaram e o João Dória, em ritmo de carnaval psdbista, já se “fantasiou” de gari à cadeirante.
Mandou varrer as pessoas em situação de rua da Marginal Tietê e Pinheiros para aumentar a velocidade da rodovia. Para sorte do herdeiro de Casa Grande, a Justiça que até o momento tinha revogado a decisão voltou atrás nesta terça-feira e autorizou o aumento da velocidade nesta quarta-feira, coincidentemente no dia do aniversário da capital.
Ordenou a reintegração de posse da Ocupação Colonial na Zona Leste e a ação desastrosa na Cracolândia no mesmo dia. E para terminar de fu***, destruiu um dos maiores patrimônios do grafite no mundo, o MAIOR MURAL A CÉU ABERTO DA AMÉRICA LATINA, na avenida 23 de maio.
Como em um filme, Dória se mostra convicto na sua missão de construir, em meio a crise, a imagem da direita eficiente, do político que resolve, que não tem medo de se enfrentar nem com a imprensa (sua aliada), nem com a opinião pública (que o elegeu), menos ainda com os movimentos sociais (sem comentários).
A ordem é fazer e postar no facebook, acreditam?! Faça a experiência de olhar o perfil do João Dória na rede social.
A receita é simples: Determine um milhão de metas. Para mostrar a ineficácia do Estado, berre aos quatro ventos que as ações serão feitas com a iniciativa privada. Em seguida poste no Facebook e exclua os comentários que questionam a sua política. Deixe apenas os elogios. SHAZAN! Temos um novo prefeito.
Me lembra a propaganda histórica de uma certa empresa de telefonia: Simples, assim. Não tem diálogo, nem mesmo conversa. É como ir ao restaurante e postar o prato no “Insta”. Neste caso é só destruir TUDO e postar na sua página: aqui jaz SP, em breve uma Miami.
Mas a mediocridade não acaba. Publicado neste último sábado (21) no Diário Oficial, João Dória determinou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) pode recolher cobertores e colchonetes da população em situação de rua. Até o momento, essa ação era impedida por um decreto assinado pelo prefeito anterior, Haddad (PT).
A lógica linear, burra e formal do tucanato é, na melhor tradução: cada um no seu quadrado. A cidade tem que ser limpa, no sentido mais Vanish (poder do branco) que você possa imaginar. A engrenagem funciona com a empresa de limpeza urbana, a Limpurb, higienizando as ruas e as paredes e a assistência retirando com “educação” as pessoas (caso haja resistência, aí se usa a GCM).
Gostou? Não?! Bem-vindo ao clube. É preciso mais do que reclamar na mesa do bar. Se eles nos chamam para briga, mostraremos que o nosso ringue se faz nas ruas.
E aí, vai encarar?
Foto: George Gianni
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