Pular para o conteúdo
BRASIL

Chacina, falta d’água e aumento da passagem: o retrato do fim de semana em Belém

Will Mota, Belém (PA)

O fim de semana de 20 a 22 de janeiro na região metropolitana de Belém foi mais difícil do que de costume para o povo trabalhador. Começou a vigorar a nova tarifa de ônibus homologada pelo Prefeito tucano Zenaldo Coutinho, que subiu de R$ 2,70 para R$ 3,10, sem nenhuma discussão com os usuários e sem nenhum compromisso firmado com os empresários de melhoria na qualidade do transporte.  

Também foi interrompido o abastecimento de água pela COSANPA (Companhia de Saneamento do Pará) entre sexta e domingo para mais de 850 mil pessoas em 21 bairros de Belém e Ananindeua.

O motivo do desligamento para reparos em uma adutora da empresa que foi completamente sucateada pelo governo do Estado de Simão Jatene (PSDB) nos últimos anos e já está na mira das privatizações a serem efetivadas ainda este ano no âmbito do PPI (Programa de Parcerias em Investimentos), o programa de concessões em saneamento do governo ilegítimo de Michel Temer.

E para completar o fim de semana macabro, 30 execuções praticadas por milicianos e grupos de extermínio foram registradas entre a manhã de sexta e de sábado, após a morte de um policial da ROTAM (Ronda Tática Metropolitana) da Polícia Militar, nos bairros periféricos da capital.

O perfil das vítimas, como de costume é de jovens pretos, pobres e moradores da periferia. Tudo isso ocorreu, a exemplo da chacina praticada em novembro de 2014 que dizimou a vida de 11 pessoas, sob a disseminação de muito terror, pânico e toque de recolher. Toda essa carnificina ocorre com a conivência do alto comando da PM, da Secretaria de Segurança Pública e do governador.

O penúltimo fim de semana de janeiro de 2017 é o retrato fiel dos governos do PSDB no Pará: insegurança e medo para o povo, impunidade para os milicianos; desabastecimento para o povo, privatização da água para os grandes empresários; transporte coletivo caro e de péssima qualidade para o povo, aumento abusivo da tarifa para os mafiosos das empresas de ônibus.  

É preciso dar um basta a essa situação. Um primeiro passo urgente para começar a mudar esta realidade é a união dos trabalhadores, estudantes e movimentos sociais para construir um plano de luta para enfrentar os ataques de Temer, Jatene e Zenaldo!

Chega de chacinas e do extermínio do povo pobre e preto! Não à privatização da COSANPA! Redução e congelamento imediato da tarifa de ônibus!