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BRASIL

ESTA NÃO É A CIDADE QUE QUEREMOS!

Por: Daniel Antunes, Florianópolis, SC

Os primeiros dias da administração do prefeito Gean Loureiro demonstram que sua gestão não tem nada de “novo”. O projeto de desenvolvimento para a cidade e a gestão do serviço público seguem a mesma lógica das administrações anteriores, priorizando os interesses privados.
Na contramão das necessidades do povo e de princípios democráticos, os métodos para implementar seus projetos seguem muito distantes do que a população espera de um gestor público.
Logo após sua posse, o prefeito apresentou um pacote contendo 40 medidas que atacam diretamente o povo de Florianópolis em diversos aspectos. Para garantir maioria na câmara de vereadores, Gean, utiliza do velho esquema : distribuição de cargos e atendimento aos interesses pessoais e econômicos no lugar das necessidades e do interesse público.
Isso o impede de fazer uma verdadeira reforma administrativa e reduzir cargos comissionados; sua reforma, como proposta à Câmara, conseguiria uma economia de míseros 5%, pois acaba com alguns tipos de gratificação, mas cria outras.
Além disso, ataca diretamente os direitos dos servidores públicos municipais. Suas medidas não serão apenas ineficazes como podem comprometer o alcance dos objetivos do serviço público.
Nos primeiros dias do ano novo, o povo recebeu de presente um aumento nas passagens do ônibus de mais de 11% na tarifa padrão e acima de 26% na tarifa social. Também neste caso os mais prejudicados são os que mais precisam.
Mesmo que a medida tenha sido feita pelo prefeito Cesar Souza, Gean não se posicionou sobre tal aumento. Somado a isso, o prefeito está propondo dificultar a liberação da gratuidade da passagem para idosos e deficientes. Estas ações são contra o povo.
Neste ‘pacotão de maldades’, Gean inclui medidas que permitem a construção de grandes empreendimentos em espaços de preservação ambiental ou utilização pública. Esses projetos de interesse privado degradam ainda mais o meio-ambiente, já bastante atingido, principalmente pela exploração imobiliária.
Tratar estes assuntos em regime de urgência, com apenas uma convocação extraordinária da câmara de vereadores, evidencia o balcão de negócios que tem se tornado a prefeitura da nossa cidade. O Plano Diretor, projeto que define como a cidade será ocupada, está atrasado em mais de 10 anos.
Isso porque os interesses do empresariado são mais valorizados que os interesses da população que moram nos bairros da cidade. Sem a conclusão de um plano socialmente justo e ecologicamente responsável, valem as regras que constam no antigo plano, altamente permissivo em termos de construção, bem como prejudicial ao meio ambiente, à vida em espaços públicos e à mobilidade urbana.
Projetos sociais e socioambientais desenvolvidos por Organizações da Sociedade Civil estão sofrendo cortes desde a gestão do ex-prefeito Cesar Souza Jr. e tornam-se graves na gestão Gean.
O ano de 2017 inicia com diversos núcleos de educação complementar, arte culturais e esportivos reduzindo vagas e fechando as portas. Estas iniciativas atendem principalmente as populações mais necessitadas, que ficam à margem de seus direitos constitucionais não atendidos pelas prefeituras.
A crise econômica que chegou ao caixa da prefeitura ainda é uma incógnita. Cesar Souza Jr. diz que deixou uma dívida de cerca de 90 milhões de reais e a nova gestão fala em até 1 Bilhão de reais. Quem está falando a verdade? Onde estão os verdadeiros números? Quanto devem os maiores devedores da prefeitura? Por que não são cobrados?
Além de tudo isto, o atraso no pagamento dos salários dos servidores da ativa, dos aposentados e do repasse da contribuição previdenciária são algumas das consequências de um governo que não tem o serviço público como prioridade.
Neste sentido, o Pacotão de Maldades traz uma série de iniciativas que visam reduzir os direitos trabalhistas dos funcionários do município. Ele propõe a suspensão do plano de cargos e salários, mudanças profundas no Regime de Previdência Social, entre outras ações que visam enfraquecer os serviços públicos para depois entregá-los aos interesses privados.
O PSOL está comprometido com as trabalhadoras e trabalhadores do município, com as necessidades das populações mais pobres, com os direitos Civis e Sociais de cada cidadão.
O que está em disputa não é apenas a aprovação de um ou outro projeto; é o tipo de cidade que queremos morar: a cidade dos direitos ou a cidade voltada aos interesses do mercado que subjuga a população residente e o meio ambiente aos interesses privados.
Por isso, nos posicionamos e convidamos todas e todos a nos unirmos para resistir aos ataques e conquistar mais direitos.
PSOL NA LUTA!

Marcado como:
corrupção / crise / psol