A (Re)fórmula do Ensino Médio


Publicado em: 3 de janeiro de 2017

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Por: Gleide Davis, colunista do Esquerda Online

A reforma do ensino médio foi aprovada e modificada na câmara de deputados. Disciplinas como história, geografia, física, biologia e química que são importantíssimas para a construção da formação de quem ruma à universidade perderam o seu caráter obrigatório.

A intenção de retirar matérias tão importantes para o desenvolvimento do conhecimento do individual e coletivo, como é o caso da história e da geografia, para implementar um ensino tecnicista não é à toa.

Esta é evidentemente uma cartada da direita que deseja avançar ideologicamente nos espaços educacionais, afinal, é muito mais fácil desenvolver um pensamento conservador numa geração sem pensamento crítico.

O senado divulgou em seu site um dado a respeito do ensino técnico. De acordo com pesquisas 82% dos estudantes que possuem formação técnica vieram ou são de escola pública.

Podemos perceber a partir disto que esta implantação logicamente não vem por acaso. Propositadamente anda de mãos dadas com a PEC 55 que vai sucatear as universidades públicas, para que elas sejam terceirizadas e a população mais pobre não tenha o direito de ter o ensino superior gratuito.

Assim sendo, acaba por ser fadada em seguir sua formação ao nível técnico oferecido pelo governo.

Isso é claramente preparar mão de obra barata e sem criticidade para o mercado de trabalho. Deixar que apenas ricos sejam incitados a partirem para educação superior, e assim, continuam se perpetuando como patrões e nós pobres e favelados permaneceremos como empregados pros restos de nossas vidas.

Esse é o tipo de coisa que nos leva a crer que o problema não está no passar dos anos, mas na consolidação de um governo conservador, ilegítimo e fortalecedor de uma economia liberal que não se importa com avanços públicos de qualidade, mas no retrocesso e no reajuste fiscal.

Este governo só aperta o pescoço da população que mais precisa dos serviços públicos e de qualidade. A classe trabalhadora, constituída majoritariamente de pessoas da periferia, (maioria mulheres negras e LGBTs) são massacradas em suas poucas conquistas desde que o capitalismo existe.

O que nos resta é resistir e insistentemente lutar por uma educação humanizada para a população mais pobre, incitar a criticidade dos oprimidos e não fazer retroceder a luta da classe trabalhadora.

A vitória virá de onde sempre veio: Através das lutas e resistência populares.


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