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BRASIL

Greve dos petroleiros é interrompida em momento decisivo das mobilizações

Por: #MAIS Petroleiros

Os petroleiros corajosamente iniciaram uma greve na véspera do natal, em pleno dia 23, com muitos trabalhadores de turno conhecendo o risco de passar o natal dentro das unidades operacionais. Alguns fizeram esse sacrifício, enquanto outros deixaram a equipe de contingência dentro da unidade.

O caminho da nossa mobilização e o recuo da FUP

A mobilização começou forte no dia 23, mesmo que de forma desigual, com as refinarias REPLAN, REVAP, REPAR e o TABG, seguidas por RECAP, REMAN, RPBC, UTGCA, TEBAR, Terminal de Alemoa, LUBNOR, FAFEN Araucária, atrasos na Bahia e ciranda de turnos na REDUC. Também foi votado o início das paralisações nas bases de Sergipe/ Alagoas e o início da greve no Norte Fluminense a partir das 0h do dia 24.

Se este cenário fosse mantido e se confirmado no dia de hoje, 26, cumprindo com as decisões tomadas nas assembleias, poderíamos ter uma fortíssima greve nacional ocorrendo nesse momento, o que nos possibilitaria animar as bases que haviam votado contra a greve, após forte assédio anti-sindical praticado pela Petrobras.

Chegado o momento aonde mais seria necessário demonstrar que era possível o movimento se fortalecer apesar da ofensiva da empresa, a poucas horas do horário previsto para o início das paralisações dos trabalhadores do NF, a FUP suspende a greve na noite do dia 25, unilateralmente, antes da realização de assembleias ou até mesmo de reunião do CD, comunicado em um vídeo do seu Coordenador Geral, José Maria Rangel.

Na sequência, frente a esse recuo, as bases que estavam mobilizadas já começaram a sentir a pressão do isolamento e, de forma dispersa, iniciaram a suspensão da greve nas trocas de turno. Ou seja, o movimento começou e foi suspenso sem chegar nem perto de qualquer coordenação em nível nacional, demonstrando mais uma vez as graves limitações da forma como é organizado o movimento petroleiro nesse momento.

FNP deve reiterar o convite feito à FUP para organizar a luta unificada

Somente avançando para a formação de um comando nacional de mobilização poderemos elevar a luta em defesa dos nossos direitos e empregos a um patamar superior.

O Sindipetro Litoral Paulista fez um convite aos 17 Sindicatos para uma reunião com o intuito de organizar um comando nacional de greve. Esse convite foi endossado pela FNP, mas não foi respondido pela FUP .

As Caravanas dos Sindicatos do Estado de São Paulo, realizadas no primeiro semestre, demonstraram que é possível a organização de um calendário comum entre os sindicatos da FUP e da FNP. A FNP deve reiterar o convite feito à FUP para a realização da reunião nacional dos 17 Sindicatos.

Caso a coordenação do Sindipetro Unificado de SP avalie como positiva a experiência da Caravana e necessária a unidade nacional para lutar, precisa assumir essa batalha dentro da FUP. O amplo apoio recebido pela Caravana em todas as bases de São Paulo demonstrou que os petroleiros acham imprescindível dar esse passo.

Fortalecer as instâncias de participação da base e respeitar os indicativos

Uma outra lição da greve natalina é que a autorização para que as direções sindicais decidam unilateralmente os rumos do movimento, o momento em que esse começa e termina, enfraquece ainda mais a categoria. É o oposto do que precisamos nesse momento, que são ações coordenadas, e não dispersas em cada base.

É possível fazer um movimento vitorioso casa haja nitidez nos encaminhamentos votados, respeitando a democracia das decisões feitas em assembleias e com participação da base na condução cotidiana da greve. Para isso, a formação de comandos de base é imprescindível.

Precisamos garantir que nenhum direito nosso seja retirado, que se reverta o desmonte Petrobras e a defesa dos nossos empregos.

– NENHUM DIREITOS A MENOS!
– CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRÁS!
– UNIDADE NACIONAL DA CATEGORIA PETROLEIRA, JÁ!
Foto: Roberto Parizotti/ Secom CUT