EDITORIAL 26 DE DEZEMBRO |
Após iniciativa de Juliana Donato, representante dos trabalhadores do Banco do Brasil no conselho de administração da entidade (Caref) e ativista do MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista), o Poder Judiciário paulista suspendeu às 13h45 deste domingo, 25, o aumento dos salários dos vereadores da capital do estado.
A decisão foi tomada pelo juiz Alberto Alonso Muñoz, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que barrou o reajuste por liminar. A medida, portanto, é provisória. A presidência da câmara paulistana diz que vai recorrer da Ação Popular.
A vitória é muito importante, embora seja limitada. A atuação de Juliana Donato, como ativista, que propôs a ação refletiu a vontade da maior parte da população. Mas está vitória só poderá ser mantida com um envolvimento popular.
A população não pode simplesmente assistir, como espectadora, aos acontecimentos políticos. Por mais que tenha sido progressiva a decisão, não se pode depositar esperanças no Poder Judiciário. Mas somente nas próprias forças, de luta e mobilização.
Tirar das mãos da direita
Ao mostrar que a luta dos trabalhadores bancários e o combate aos privilégios dos políticos integram um mesmo projeto, a ação de Juliana contribui para arrancar questões justas de revolta – como o aumento dos salários dos vereadores em época de crise – das mãos da extrema-direita.
Não serão apenas por vias jurídicas (principalmente em meio à atual ofensiva conservadora) que levaremos os ajustes dos vereadores – ou temas de ainda maior relevância, com a contra-reforma trabalhista e da previdência – à derrota. É preciso interligar as lutas da juventude e dos trabalhadores dos diferentes setores que hoje resistem às políticas de austeridade à descrença crescente da população com as instituições burguesas do Estado.
Só assim conseguiremos, em um movimento amplo, reconstruir politicamente a Esquerda.
Comentários