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BRASIL

Gás lacrimogênio toma conta do Centro de Porto Alegre pelo terceiro dia

Por Altemir Cozer, de Porto Alegre, RS

Esta quarta-feira (21), terceiro dia de votações do pacote do Governador do Rio Grande do Sul, foi marcada por novas manifestações na Praça da Matriz, em frente à Assembleia Legislativa do Estado, que permanece sitiada com 300 homens da Polícia Militar espalhados por todos os cantos.

Dentro do Plenário, os deputados começaram uma nova sessão e as discussões se prolongaram ao longo da tarde. A primeira votação foi acontecer por volta das 21h e o governo venceu, mas apenas por quatro votos de diferença garantiu a extinção de mais uma fundação, desta vez a CORAG – Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas.

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Servidores resistem ao Pacote de Maldades

Na Praça da Matriz, por quatros vezes durante a tarde, os manifestantes buscaram se aproximar do prédio da Assembleia Legislativa e em todas as ocasiões os brigadianos da tropa de choque e do BOE não pouparam bombas de gás e também algumas balas de borracha. Eles também não receberam nenhum tostão de décimo terceiro e estão com salários parcelados há um ano e meio. Até agora, o voto de parte da bancada do PDT e do PTB garantiram a maioria necessária ao governador.

Estiveram na linha de frente neste dia os funcionários da SUSEPE – Superintendência dos Serviços Penitenciários, que estão em greve, e também os funcionários da CEEE – Companhia Estadual de Energia Elétrica. Junto com eles, estiveram os ativistas das demais categorias dos servidores estaduais e das entidades de luta do movimento sindical e social do Estado. Já foram menos pessoas do que na segunda e terça-feira, mas a disposição e a resistência foram as mesmas. Faltou mais unidade das direções sindicais para fazer uma resistência mais efetiva e ameaçar o estado de sítio montado. A maior categoria do estado, os educadores, estavam em número reduzido e completamente sem uma direção que desse organicidade e eficiência aos que estavam na praça.

Esta quinta-feira (22) é o último dia antes do recesso da Assembleia e o governo deve ter alguns problemas para garantir o quórum necessário e os votos para aprovar os mais de 15 projetos que faltam para completar a maldade imposta com o pacotão. Se não conseguir agora com certeza chamará sessões extraordinárias entre o natal e ano novo.

Os servidores estarão novamente na praça a partir das 14h e novos embates colocarão a necessidade de mais planejamento das ações e da defesa dos manifestantes diante das agressões da tropa de choque e do BOE.
Diante do que já foi aprovado os trabalhadores em geral e os servidores em particular precisam recuperar suas forças, tirar as conclusões dos ataques e da baixa resistência e continuar a denunciar que é mentira que falta dinheiro nos cofres do governo gaúcho, na verdade o que tem é uma opção de governar para as grandes empresas, fazendeiros e bancos.