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BRASIL

No Rio Grande do Sul a peleia continua e Governo avança na aprovação de ataques

Porto Alegre- RS- Brasil- 19/12/2016- Funcionários públicos que realizam ato em frente a ALERS, entram em confronto com a PM. Foto: Leonel Azevedo

Por: Altemir Cozer, de Porto Alegre, RS

No mesmo dia em que o Governador não pagou nenhum tostão do décimo terceiro a nenhum servidor, a assembleia legislativa, sitiada e de madrugada, deu continuidade às votações do dia anterior para privatizar, demitir e reduzir direitos.

Era manhã de quarta-feira (21) já quando encerrou a sessão da Assembleia Legislativa gaúcha que havia iniciado no dia anterior às 14h. Foram mais de 17 horas de sessões e os deputados votaram a extinção de oito fundações. Entre as extintas esteve a Fundação Piratini que era responsável pela TVE e Rádio Cultura. O Governador conseguiu 30 votos favoráveis do mínimo de 28 necessários.

Na tarde desta quarta, às 14h, terá nova sessão da Assembleia Legislativa para que o governador, Ivo Sartori (PMDB/RS), tente aprovar mais extinções de órgãos e retire direitos trabalhistas dos servidores, como por exemplo, a obrigatoriedade de pagar o décimo terceiro até o dia 20 de dezembro do ano e o salário até o dia 30 do mês.

Esta terça feira (20) foi de mais resistência e enfrentamentos entre os servidores e a tropa de choque da Brigada Militar na Praça da Matriz. Por vários momentos o clima ficou tenso. Com servidores da SUSEPE, da Polícia Civil e funcionários da CEEE à frente, todos os servidores avançaram vários metros com os gradis que foram colocados e chegaram muito perto do portão de entrada e da barreira da brigada.

Nesta quarta-feira, já se faz sentir as consequências da paralisação dos funcionários da segurança que cuidam dos presídios. Até o momento, são três os presídios que tiveram rebeliões de presos: Uruguaiana, São Borja e Getúlio Vargas. Numa destas rebeliões já são cinco mortos.

Entre os servidores há um misto de raiva, indignação e incredulidade pelos resultados obtidos pelo governo e pela amargura das medidas. O cansaço também se faz presente, mas é o que menos conta no momento.

A certeza da grande maioria é que estamos diante de ataques duríssimos e que precisamos resistir, agora mantendo nossa mobilização, e depois, construindo unidade e recuperando forças para voltar o mais rápido possível com muito mais força.

Nossa luta por serviços públicos de qualidade e valorização dos servidores precisa seguir e levantar bem alto que o governador e a maioria dos deputados querem mais verbas para ampliar as isenções fiscais às grandes empresas e distribuir mais serviços para empresas privadas, que são os doadores do caixa dois das campanhas eleitorais.

Foto: Leonel Azevedo