Por: Igor Dantas, do Rio de Janeiro, RJ
Star Wars é talvez a série pioneira no conceito de blockbuster que temos hoje em dia, venda de produtos, brinquedos e convenções, não a toa foi adquirida pela Disney numa transação bilionária. No entanto, devido ao pano de fundo da estória ser uma rebelião contra um Império, em alguns momentos pode se tirar boas reflexões políticas de seus filmes. O mais recente filme da saga é Rogue One. Trata-se de um spin-off, uma estória paralela à saga principal, que se passa entre os episódios III e IV. O tom do novo filme se assemelha muito mais a filmes de guerra do que às típicas aventuras espaciais, e é o primeiro a não mostrar jedis.
Em Rogue one as personagens principais são membros da aliança rebelde, menos heroicos e ilibados, porém mais humanos. Há mais gravidade, e são mostradas as piores partes de um conflito tão desigual. Sua missão é quase impossível, roubar os planos de construção da estrela da morte (uma arma de destruição em massa).
Durante todo o filme se repete uma frase interessante: uma rebelião se constrói com esperança. É uma bela frase motivadora, mas com o clímax do filme chegamos a um entendimento mais completo da mesma. Uma rebelião ou revolução não é somente construída em base a uma esperança ideal e divina, entendemos que é uma esperança construída cotidianamente, por cada um que acredita naquela causa e por ela é capaz de arriscar tudo que lhe é precioso, ainda que não veja com os próprios olhos o mundo que anseia.
Assim como no mundo real, existem os grandes ícones consagrados na história como símbolos de uma revolução, sejam eles fictícios como Luke, Leia e Han, ou reais como Lênin e Trotsky, Che Guevara, entre outros. O que há de mais interessante em Rogue One é mostrar o valor não desses, mas daqueles que nunca saberemos os nomes, que não possuem bustos ou homenagens, pessoas que se sacrificaram por uma causa em que acreditavam, e que de fato foram também essenciais para que aquele objetivo fosse alcançado.
O filme mostra as dificuldades de se enfrentar um inimigo mais forte, as incertezas de uma época de crise, a persistência e abnegação necessárias à vitória, mas principalmente, mostra que não se vence uma guerra lutando sozinho. Em tempos de resistência como 2016, não deixa de ser uma mensagem relevante.
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