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BRASIL

A corrupção é o opio do povo

Brasília – O Movimento Vem Pra Rua realiza manifestações em todo o país. O ato é em apoio à Operação Lava Jato e contra a corrupção e a forma de se fazer política no Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Por: Luiz C. Freitas, da Conspiração Socialista

Hoje* é o dia internacional contra a corrupção. Ontem, Renan, o renascido condutor, determinou que haveria três sessões do Senado para acelerar a aprovação da PEC 55, depois do STF criar a tese jurídica para que continuasse a exercer o seu papel contra a classe trabalhadora.

Enquanto isso, Marco Aurélio, o ministro desautorizado, deu declarações deixando escapar que o autor do acordo espúrio entre STF e o chefe do Senado teria sido Gilmar, o tucano viajante.

Gilmar não é um traidor, é o principal agente da burguesia no STF. Para ele não cabe o shakesperiano “até tu Brutus” porque Marco Aurélio está no Brasil, e por aqui, o papel de Júlio César é exercido por Renan, e Gilmar é seu aliado e não vai lhe apunhalar. Afinal, ambos são agentes da mesma classe social.

Também, no dia de hoje, aparece denúncia de empreiteiros contra o inimputável Alckmin, de receber R$ 2 milhões em dinheiro vivo das mãos do cunhado. Moro, o imoral amigo de Aécio, está calado, afinal São Paulo não pertence à República de Curitiba e tampouco o Rio de Janeiro, onde por corrupção, Cabral, o descobridor de joalheria, está preso, assim como a sua companheira, que fazia usufruto das jóias adquiridas, ao que tudo indica, com dinheiro público. Nada diferente do que acontece, desde o tempo do outro Cabral, o que possibilitou o roubo das jóias e terras dos índios, como continuam fazendo os latifundiários, como denunciam os Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul e do restante do Brasil, mas a justiça não tira a venda dos olhos que estão voltados para o latifúndio agro.

Ah, não esqueci da corrupção do Santo Alckmin, mas em São Paulo, cunhado de tucano nem parente é. E, afinal o que são R$ 2 milhões para um governador impoluto. Deve ser brinde pela sua capacidade de enrolar o povo.

No dia contra a corrupção temos que reafirmar que não há neutralidade na justiça. Pretos, pobres, LGBTs continuam sendo assassinados e julgados pelo que são, enquanto criminosos dos três poderes fazem acordos para retirar ainda mais direitos dos que sempre pagaram o preço das injustiças. Quem se manifesta contra é tratado a bala, como vimos recentemente no Rio de Janeiro e vemos sempre que os trabalhadores reagem.

Dessa vez foi Marco Aurélio o desautorizado, e Renan afirmou que decisão judicial, principalmente as negociadas com Gilmar, não devem ser contestadas, mas cumpridas. Agradeceu inclusive a fidelidade do petista Viana, que demonstrou que a oposição parlamentar nada mais é do que uma esquete teatral preparatória para o grande espetáculo eleitoral de 2018.

No dia internacional contra a corrupção, devemos reafirmar que ela nada mais é do que o argumento habilmente usado pela burguesia para desviar nossa atenção para não lutarmos contra a classe que nos oprime. É como o ópio (opa, no século XXI as drogas já são outras, mas o sistema é o mesmo do século XIX) que existe, modifica o organismo, pode dar um barato fora da realidade, mas não a substitui nem a elimina.

Assim, não basta acabar com a corrupção, temos que derrotar o capitalismo.

*Escrito em 09.12.2016

Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil