Por: Leandro Santos, do Rio de Janeiro, RJ
O Estado do Rio de Janeiro encontra-se imerso numa crise política, econômica e social. Com uma economia extremamente dependente da indústria do petróleo, a crise na Petrobrás com diminuição na produção e queda na arrecadação de royalties, as perdas se somaram a uma gestão corrupta, com muitos cargos comissionados – são mais de 50 mil em todo o estado – e isenções fiscais bilionárias a diversas empresas. Dois ex-governadores presos, Cabral e Garotinho, suspeitos de estarem envolvidos em esquemas de corrupção. Como solução para a farra desenfreada dos políticos fluminenses, o governador Pezão propôs que os servidores e a população pagassem por suas irresponsabilidades: suspensão de reajuste salarial já concedidos, aumento da contribuição previdenciária, fim do triênio, fim de programas sociais, entre outras medidas.
Soma-se a isso uma violência crescente que acomete os trabalhadores do Rio de Janeiro. A população pobre é quem mais sofre: não tem serviços básicos prestados com o mínimo de respeito pelo estado e ainda tem que conviver semanas a fio de tiroteios entre facções rivais e polícia. Enquanto a crise econômica aprofunda as disputas de uma guerra sem sentido, os altos escalões seguem lucrando e governos assassinos matando trabalhador.
Cresce cada vez mais uma insatisfação com o governo Pezão, que foi colocado na berlinda por seu próprio antecessor por conta das obras do Maracanã e sua base parlamentar cada vez mais se fragmenta. Nem o próprio PMDB, seu partido, tem acordo com o pacote de conjunto, questionando alguns itens. Já o PSOL protocolou pedido de abertura de CPI das Isenções Fiscais que passam de R$ 150 bilhões, o que pagaria mais de cinco anos de salário de servidores.
Com um cenário de ataques brutais a direitos históricos do funcionalismo estadual, as diversas categorias já reunidas no MUSPE – Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais – têm sido o pólo de resistência e organização dos trabalhadores. As categorias ligadas à Educação, Judiciário, Saúde já compunham originalmente e mais recentemente somaram-se as categorias ligadas à segurança pública (polícia civil, polícia militar, bombeiros, Degase, Desipe). Existe uma heterogeneidade grande entre as categorias e suas pautas específicas, mas há também muitas categorias em greve, fazendo paralisação no dia dos atos e uma radicalização muito grande contra o destino que nos querem impor.
Por isso, no atual momento, há algo superior e muito mais forte que nos unifica: décadas de direitos históricos que conquistamos que o governo quer nos tirar de uma só tacada, e isso não iremos permitir. É fundamental intensificar a luta pelo Fora Pezão, por uma greve geral do funcionalismo estadual, pois os trabalhadores não podem pagar pela crise. Basta de guerra aos pobres. Diante de todo esse cenário, também é preciso lutar pela desmilitarização da Polícia Militar já e pelo direito de sindicalização. Eleições Gerais Já!
Foto: Reprodução
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