Todos Juntos com Standing Rock Sioux!

Por Tomi Mori, Yokohama(Japão)

Publicado originalmente em Geosocialismo(geosocialismo.com)

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Os guerreiros da Nação Sioux de Standing Rock, em Dakota do Norte, Estados Unidos, estão há meses travando uma luta histórica contra a construção de um oleoduto que passara próximo à sua reserva e também ao rio Missouri, o mais longo do país.

Essa luta visa impedir a construção do oleoduto em locais considerados sagrados. De terras que lhes foram tomadas, desrespeitando antigos tratados entre a Nação Sioux e os Estados Unidos. E ameaça contaminar o meio-ambiente em seu trajeto e, principalmente, as fontes de água, fundamentais para a vida, não só dos sioux mas, também, de milhões de americanos.

O projeto inicial previa a passagem pela cidade de Bismarck, localizada mais ao norte, mas encontrou resistência. A cidade de Bismarck alegou que a passagem do oleoduto trazia o risco de desastres não permitindo sua construção na localidade. Porisso, os donos do projeto decidiram desviar a rota em direção às terras dos Sioux, jogando sobre eles os riscos dos possíveis desastres.

O oleoduto, de 1900 km, que passará por 4 estados, tem o objetivo de transportar 470.000 barrís diários de petróleo crú do campo petrolífero de Bakken, em Dakota do Norte, para a uma refinaria, em Illinois, próxima à Chicago. O projeto está sendo implementado pela Energy Transfer Partners, baseada no Texas, e conta com o financiamento de grandes bancos. Além da indústria petrolífera, tem a participação de pessoas poderosas, como Donald Trump, que investiu na Energy Transfer Partners.

Um movimento de proteção que cresce

Os manifestantes são contrários a que sua luta seja chamada de protestos e afirmam que não estão protestando e, sim, defendo. Foi assim que estabeleceram o primeiro acampamento dos defensores, em abril, quando cerca de 200 guerreiros de várias reservas fizeram uma manifestação a cavalo, chamado de Sacred Stone. Desde então surgiram, na área, vários acampamentos com guerreiros de outras etnias e pessoas solidárias. O principal deles é Oceti Sakowin com mais de mil pessoas.

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Duzentos guerreiros se manifestam – foto: redes sociais

Não só o número de acampamentos cresceu, com também o apoio de artistas, como as atrizes Susan Sarandon, Shailene Woodley; o ator Mark Ruffalo; e o cantor Neil Young, que fez uma canção dedicada à luta.

Repressão brutal da polícia e violação dos direitos humanos

Durante as últimas semanas a polícia tem atuado com violência para destruir a luta de Standing Rock. Soldados anti-disturbios agridem os manifestantes com cacetetes, spray pimenta e, inclusive, atirando com balas de borracha.

Os manifestantes presos são obrigados a se despirem para serem revistados e colocados em jaulas, como se fossem cães e marcados com números na pele. São violações dos direitos humanos que fez crescer a indignação dos Sioux e também de todos apoiadores. Centenas de manifestantes foram presos nas últimas semanas.

Sioux podem vencer mas precisam da solidariedade de todos

A luta desenvolvida pelos Sioux e incorporada por ativistas ambientalistas pode ser vitoriosa. Mesmo o reacionário jornal The New York Times, em editorial de 3 de novembro, declarou que chegou a hora de mudar a rota do oleoduto de Standing Rock. Podemos imaginar que, por trás dessa posição, existe o medo de que os defensores possam sair vitoriosos e, depois, mesmo que queiram mudar a rota do oleoduto, haverá resistência por parte de outras localidades inviabilizando o oleoduto, orçado em 3.8 bilhões de dólares.

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Standing Rock – foto: redes sociais

 

Ampliar a solidariedade

A solidariedade tem se desenvolvido em outras partes dos Estados Unidos, como Nova Iorque e também outros países como França, Equador, Mongólia e Brasil.

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Guerreiros de um povo originário da Mongólia enviam solidariedade aos parentes da Nação Sioux de Standing Rock: We are with Standing Rock(Estamos com Standing Rock!) Todos juntos, levantemos nossas vozes!

Os Tupinambás de Olivença, no sul da Bahia, enviaram como representante Lucienne Sheila, que se encontra neste momento em Standing Rock para levar a mensagem de seus parentes e também escreveram um belo manifesto de solidariedade. Lucciene, que mora na California, passou os últimos dias fazendo uma longa viagem, de alguns milhares de quilômetros, junto com uma caravana de solidariedade.

Também outros povos originários do Brasil estão discutindo formas de enviar solidariedade e vários ativistas estão tentando organizar um comitê ou grupo de apoio a essa luta. Segundo expressou um desses ativistas, é hora de todos levantarmos as vozes.

Todos juntos com Standing Rock Sioux!