Por: André Valuche, de São Paulo, SP
Segundo matéria da Agência Estado publicada no dia 14, o governo vai usar a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) para rachar o movimento sindical e ajudar a convencer os trabalhadores da necessidade das reformas. Em troca, as centrais vão ter mais espaços na administração federal com os seus aliados ocupando cargos. A Força e UGT vão cumprir o papel de agentes do governo no movimento. O mesmo papel lamentável que a CUT cumpriu nos governos de Lula e Dilma.
Na matéria fica nítido o papel da Força e da UGT nessa trama bizarra. Racharam o dia 11 para ajudar o governo. Criaram o dia 25 para dificultar a unidade da classe. Eles não querem se enfrentar contra Temer, a PEC 55 e as reformas. Na votação na Câmara Federal, Paulinho da Força votou a favor da ‘PEC do Fim do Mundo’.
Só que a intenção do governo de rachar o movimento sindical começou a ser enfrentada na prática com a realização de um forte dia de luta no dia 11 com os manifestantes cantando palavras de ordem contra Temer e suas medidas de austeridade. E é importante registrar que vários sindicatos filiados a essas centrais não seguiram a orientação das suas direções e participaram ativamente do dia 11.
No ‘acerto’ do governo com a Força e a UGT, o dia 25 teria’ como pauta as discussões que estão no Supremo Tribunal Federal (STF): a terceirização e a prevalência do acordado sobre o legislado. Assuntos que sem dúvida têm muita importância para os trabalhadores, mas só em tê-los na pauta é descaradamente uma ação consciente de proteger o governo Temer.
Rejeitamos qualquer tipo de acordo com o governo. Direitos não se negociam. Não aceitaremos o rebaixamento da nossa pauta. E não vai parar a luta. Dia 25 estaremos nas ruas contra a PEC 55 e as reformas. Vamos lutar sem Temer.
No campo do sindicalismo combativo é preciso que os companheiros da direção majoritária da CSP-Conlutas repensem a sua política para o movimento. A opção de valorizar o dia 25, em detrimento do dia 11, acabou contribuindo com a estratégia do governo de dividir o movimento.
Todo apoio ao calendário de lutas e paralisações. Apoiamos o dia 25, que tem que ter como pauta a defesa dos interesses da classe trabalhadora contra os ataques aos direitos seja por medidas do governo, do Congresso, ou do Judiciário. E no dia 29, vamos #OcuparBrasília para lutar contra a PEC 55. Chamamos as centrais sindicais a darem passos concretos para construir a greve geral.
Vamos construir esse calendário de lutas com a participação da base. Vamos repetir a experiência de algumas regiões que, no dia 11, realizaram plenárias com a participação dos sindicatos, juventude e movimentos sociais para organizar a luta contra o governo.
Vamos à luta sem vacilação.
Fora Temer! Contra a PEC 55 e as reformas.
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